Senac e Sesc ameaçados

15:33 0 Comments »
Aviso aos navegantes! Pedido urgente de ajuda. Como aluna bem orgulhosa do SENAC (curso de Francês) e usuária do SESC, estou subindo na caixa-de-sabão e repassando publicamente o email recebido -informações confirmadas em cartazes nas duas instituições ainda ontem. Segue o texto:



SESC ESTÁ AMEAÇADO PELO PROJETO DE LEI “SUPERSIMPLES”

Emenda proposta pode reverter esta situação preservando os aspectos positivos do “SUPERSIMPLES”


O SESC no Estado de São Paulo atende por mês mais de 1 milhão de pessoas em suas 30 unidades e oferece à população atividades culturais, esportivas, de alimentação, saúde, odontologia, lazer, educação ambiental, e desenvolvimento infantil e terceira idade.

O Senado Federal votará, na próxima semana, o projeto de lei que institui o chamado SUPERSIMPLES. Trata-se de uma medida que altera os encargos tributários das micro e pequenas empresas.


Mas, um dos artigos coloca em risco a existência do SESC, ao suprimir as contribuições para as entidades privadas de Serviço Social, fonte vital para a atuação da entidade e a realização de seu trabalho.

Se aprovado, o SESC será drasticamente prejudicado e não poderá manter o mesmo nível de benefícios que oferece hoje à população.

Com o SUPERSIMPLES, da maneira como está proposto, o SESC perderia mais de 1/3 da arrecadação de seus recursos, o que compromete seu programa sociocultural, de educação permanente e melhoria de qualidade de vida da população.

O SESC DEPENDE DAS CONTRIBUIÇÕES para a manutenção e a expansão de suas atividades.

Histórico

Foi apresentado pelo Governo à Câmara dos Deputados e votado em 5 de setembro de 2006 a Subemenda Substitutiva do Projeto de Lei Complementar nº 123/2004 – conhecida como “LEI DO SUPERSIMPLES”.

A “LEI DO SUPERSIMPLES” unifica a cobrança de 8 impostos (6 federais, um estadual e um municipal) e contribuições de empreendimentos com faturamento anual de até R$ 2,4 milhões.

Além desses 8 impostos, o parágrafo 3º do Artigo 13 desse Projeto de Lei dispensa as contribuições para as entidades privadas de Serviço Social (SESC / SESI) e de Formação Profissional (SENAC / SENAI), vinculadas ao sistema sindical de que trata o Artigo 240 da Constituição Federal.

Esse Projeto está tramitando atualmente no Senado como Projeto de Lei Complementar nº 100/2006, em regime de urgência, e deverá ser votado, em última instância, entre os dias 03 e 10 de outubro.

A aprovação desse Projeto de Lei, tal qual está escrito, resultará numa redução, estimada em um terço, da receita do SESC, o que causará forte impacto e comprometerá a programação e os serviços prestados aos trabalhadores, suas famílias e a amplos e diversificados segmentos sociais, além de interromper a expansão da Instituição.

Conforme afirma o Diretor Regional do SESC no Estado de São Paulo, Danilo Santos de Miranda, “O SESC é plenamente favorável à implantação desse novo regime para as pequenas e médias empresas, que as desonera do pagamento de vários tributos. O que não se pode perder é a oportunidade de manter uma organização que devolve à população benefícios reais de melhoria da qualidade de vida".

Sob a liderança da Confederação Nacional e Federações do Comércio, estão sendo tomadas medidas para reverter esta situação e garantir a continuidade das contribuições ao SESC, que somente podem ser suprimidas com alteração do disposto no Artigo 240 da Constituição Federal.

No Senado, foi apresentada uma emenda que altera o parágrafo 3º do Artigo 13 desse Projeto de Lei, que garante a contribuição para o SESC e preserva os aspectos positivos da “LEI DO SUPERSIMPLES”.


Se você acha que o SESC deve continuar, repasse este email e manifeste-se pelo link http://www.sescsp.org.br/sesc/emenda/?inslog=55&CFID=3651786&CFTOKEN=93100175

***

Pela atenção, obrigada. Voltamos à programação normal.

Lâche

10:17 1 Comment »
Lâcher. Verbo: deixar (algo, alguém) escapar, abandonar, soltar, dar no pé.

Laché: pessoa descuidada, que derruba tudo o que pega nas mãos.

Lâche: frouxo, covarde, medroso.


É uma palavra que anda me fascinando. Deve ser por causa das eleições que se aproximam. Estamos ou não estamos cercados de um bando de lâches?


Escrito ao som de Die Another Day - Madonna
(uma canção anti-lâches, na minha opinião; clique para ouvir)

Eu sou a favor

14:25 4 Comments »
Minha filosofia de vida?

Eu sou a favor. Das piadas, das encrencas, do perdão generalizado para pisadas na jaca, dos palavrões em outros idiomas, dos cabeludos, das camisetas de banda, das brigas de comida no meio da festa, da cantoria estilo karaokê dentro do carro, das viagens, dos amigos e das saudades felizes. Das gargalhadas em sala de aula, dos que dançam sem noção, do origami e dos concursos de cosplay.

Apóio unilateralmente a mistura de raças, porque a variedade é tudo nesse mundo.

Sou a favor dos rapazes de óculos e das moças que tocam guitarra, contrabaixo ou bateria. Apóio os saxofonistas, os percussionistas e os que tocam tuba. Concordo com os que misturam Mozart com Tears for Fears na coleção de discos. Sou favorável aos mash-ups, às versões alternativas e às releituras interessantes.

Sou extremamente a favor do Yamandu Costa. Nunca é demais explicitar isso. Todo mundo devia ouvir as misérias que ele faz com um violão. Também sou a favor do Joelho de Porco e luto pela montagem de um musical com material do Língua de Trapo.

Sou contra os extremistas de todos os tipos: religiosos, políticos, sociais e musicais. E sou contra manga. Detesto manga. Mas se você curte, por mim tudo bem - só não me ofereça.

E é isso!

Escrito ao som de Eu Sou Emo, d'Os Seminovos
(clicando no link você vê o clipe da música - aliás, hilário)

"Bom dia, São Paulo..."

09:12 2 Comments »
Acordar com música na cabeça. Aquela mesma música que está grudada nos tímpanos desde que eu a ouvi, semana passada. Meu cérebro deve estar com o botão repeat ligado.

A senhora de cabelos pintados que me encara no metrô como se eu tivesse cometido algum crime à estética ou aos bons costumes. Quando ela sai do trem, eu mostro a língua. Como se tivesse cinco anos de idade e não vinte e cinco, eu sei que isso não se faz. Mas eu me senti tão bem - e a criançada que estava atrás de mim só faltou aplaudir.

Por falar em crianças, ontem até me assustei quando três meninos de uns sete ou oito anos se espremeram num dos bancos do metrô para me deixar sentar. Até elogiei a mãe deles - eram educadíssimos! Coisa tão rara que até achei defeito da Matrix (como diz o meu alquimista preferido).

Bom dia, São Paulo, estou aqui!

Escrito (como o título indica) ao som de "Bom Dia São Paulo" - Joelho de Porco.
Arquivo de som faltando por enquanto...

Ramadan-ul-Mubarak!

17:32 0 Comments »

Aos amigos do lado mulçumano do mundo, um feliz Ramadã. Que Alá aceite as suas ofertas!

Casais

11:56 1 Comment »
Existem, porque não é do ser humano viver sozinho. Acima das conotações políticas, religiosas e sociais está a necessidade de dividir o fardo e os agrados da vida com outra pessoa. Se é do mesmo sexo ou de sexo diferente, a mim não importa muito. Se são de religiões, idiomas, regiões geográficas opostas, também não me parece empecilho.

Isso posto, há casais de todo o tipo. E nisso se vê um pouco da comédia humana se manifestando.
Há os que ficam juntos por inércia. Os que brigam em público por ciúme. Os que se juntam por causa dos gostos em comum e se separam quando os gostos mudam. Os que eram amigos antes de serem amantes e quando deixa de existir o amor, continuam amigos. Ou isso ou então a guerra, causando a separação de turmas e lançando farpas que nunca realmente saem.

Os que se casam para não ficarem sozinhos, sem saber que isso é a pior forma de solidão. Os ciumentos, Deus meu. Os possessivos. E os tolos e as tolas, Sweet Charities dos dois sexos, que procuram o príncipe encantado e sempre, sempre se metem em encrenca.

E existem, claro, os casais que dão certo.

Não é o paraíso, porque o paraíso não existe, pelo menos não aqui. Mas lá estão eles, de mãos dadas tantos anos depois, ainda conversando, ainda rindo e ainda olhando para o outro com admiração. Apesar dos percursos. Porque as pessoas mudam, claro, mas algumas pessoas se apaixonam todos os dias, todos os meses, mesmo após as metamorfoses que o tempo traz. Um trabalho que demanda comprometimento, paciência, compreensão.

Acima de tudo, demanda vontade de crescer junto, de seguir acima dos céus, que é onde habita o amor que tanto se procura. Obviamente é complicado. As coisas boas da vida, em geral, são mesmo.

Escrito ao som de Let's Stay Together - Al Green

The Devil May Keep Him

11:39 2 Comments »
E dizem que o Bin Laden morreu ou está morrendo de tifo. Eu duvido. Seria um fim idiota. Incompatível. Deus do céu que eu me sinto péssima querendo isso, mas eis a única coisa que eu desejaria para ele: que Deus e Diabo recusassem sua alma e que ele tivesse que rumar pela terra perdida enquanto houvesse um Sol nos iluminando. Só isso.
Escrito ao som de Wuthering Heights - Kate Bush

Mondo Mistral - Porque é ano novo pra alguém no mundo

11:07 Posted In 1 Comment »
  • Sou francamente a favor do debate político mas tem hora que a gente não sabe se é para rir, chorar ou pedir asilo na embaixada mais próxima. Quando o Excelentíssimo Presidente manda no telejornal que mexer com bandido não presta, por exemplo. Eu sou marxista da linha Groucho, nunca esqueço um discurso - mas nesse caso vou abrir uma exceção.
  • Sinal da sexta-feira: tentar entrar no prédio usando o bilhete único no lugar do crachá.

  • Alegria de nerd é receber elogios em prova escrita. Eu sou nerd confessa. Eu recebi elogios na prova do Francês. Donde se conclui que...

  • E hoje começa o Rosh Hashaná, feriado de ano novo para a comunidade judaica. Aos amigos d'outro lado do muro, shaná tová e que estejamos todos nós inscritos nas contas do Gerente do Estabelecimento Divino para um ano doce!



Escrito ao som de Drôle de Galaxie - Daniel Balavoine
Clique para ouvir
.

Uma prece torta

10:42 1 Comment »
Disseram que se tivessem que inventar uma oração para mim, seria: "Senhor, ajude-me a ter mais foco - olha, um passarinho na janela! - nas coisas que eu faço."

E não é que está certo?

Da gentileza de estranhos e de conhecidos

10:03 1 Comment »
Às vezes acontece de um estranho fazer algo tão inesperado e tão gentil que as ações se paralisam. Você, tão acostumado a apanhar como cachorro de rua, de repente se vê diante de um presente com fita colorida e tudo: canções novas, um link engraçado, um elogio desinteressado, uma risada, uma oferta de amizade.

Às vezes um conhecido te surpreende dizendo que te valoriza mais do que você achava. Que se importa, que ri contigo e não de você. E você ri junto, bem besta de perceber que alguma diferença você faz pro mundo - e pro bem, só para variar um pouco!


Escrito ao som de Peut-Être Toi - Mylène Farmer
(clique para ouvir também)

Música, pelo amor de Deus

11:17 1 Comment »
É fato que minha chefe adora música clássica, no sentido Mozart da coisa. E é fato que apesar disso ela não gosta quando a gente ouve o rádio aqui no escritório. Diz que o som atrapalha o trabalho.

Claro que atrapalha. Se colocam um disco do Caetano Veloso por aqui, por exemplo, eu entro em greve (entrar em crise alérgica seria o termo mas adequado, mas não é educado de dizer). Mas eu não gosto de trabalhar em silêncio. E o YouTube não é (ainda) bloqueado aqui.

Então, haja malabarismo!

Colocar só um fone de ouvido e tentar ouvir as ordens com a orelha livre, um truque clássico das faculdades e escolas, não funciona comigo - meus fones são vermelho-tomate, dá para ver do outro lado da rua.

Rádio com volume baixinho é inútil. Melhor não ouvir nada, então.

Segurar a caixa de som do computador na orelha para escutar o som enquanto se trabalha é ridículo, mas eu já fiz. Mais de uma vez.

Esperar a chefe sair para encarnar o DJ da festa, boa opção. O problema é quando ela volta para pegar a bolsa e você está na sua baia, cantando "The Kids Are Alright" feliz da vida, sem nenhuma outra preocupação no mundo.

Não que isso tenha me acontecido. Ainda.

Morte de um robô

17:07 0 Comments »
Outra daquelas músicas que eu não me canso de ouvir, de fazer clipes imaginários, de cantar junto, de me assombrar com os acordes, com a letra, com tudo. Balavoine, comme tu me manques!


Todo articulado todo fabricado
bem programado para lhe ajudar
eu sou robô há mais de dois mil anos
Eu mudei todos os oceanos de lugar
Era urgente, eu sabia
Eu reinventei o ciclo das estações
e os seus desertos estavam cheios de peixes

Eu sei, meus circuitos são usados
eu já trabalhei demais
Era preciso me substituir
Não me deixe cair!
Eu sempre dominei minhas invejas
Eu nunca traí
Nunca desobedeci
Você me deve a vida!

Você me deve a vida...

Antes da última guerra atômica
tão patético que eu tenha chorado
Eu reuni o conselho de sábios
O perigo é a sua política
seus presidentes são ultrapassados
Mas antes que um maluco aperte o botão
abandonem a Terra, ainda há tempo

E a Terra vocês abandonaram
mas eu, eu fiquei para trás
quando vocês estiverem lá no alto
e eu os salvei


Se você deseja me assassinar
depois de tudo o que eu fiz
Eu que lhe amei
Eu posso explodir tudo...

Não há problema em me manter
você me fabricou
eu aprendi a chorar
eu vou aprender a matar!

Eu já trabalhei demais
eu já trabalhei demais....

("Mort D'un Robot", do disco Un Autre Monde, 1980)

Em voz bem alta

12:54 1 Comment »
Eu queria tanto gostar da minha voz do jeito que você diz que gosta.

Porque você diz que eu tenho som de mezzo-soprano, que eu canto bem pruma amadora, que você me acha melodiosa.

E eu sempre acho que pareço o Pato Donald!

Mondo Mistral

10:31 Posted In 1 Comment »
  • Sinceramente, ver um carro de som (na verdade um Ford vermelho mil novecentos e primeiro disco do Ritchie) com um boneco-de-Olinda da Dra. Havanir amarrado no teto só pode ser alucinação causada pelo calor.


  • Na aula de Francês, aparece uma frase ótima para colocar na placa de avisos do escritório: "O trabalho é o ópio do povo e eu não quero morrer drogado" (de um poeta chamado Boris-Vian).

  • Casa de médicos, bisturi emprestado: distendi a batata da perna (dormindo! Não me pergunta como!) e a única pessoa que identificou a dor e recomendou remédio que fez passar foi minha mãe, que é professora.


  • E como assim, hoje já é sexta-feira? Que foi que houve com a minha semana?!

Uma tradução

10:04 4 Comments »
iPorque eu tinha dito ao Rochester que iria traduzir a letra de Mistral Gagnant, que batiza esse espaço. Te disse que "mistral gagnant" é um chocolate das antigas, tipo as madeleines do Proust que desencadearam todo aquele famoso processo...

Então, cara, a letra conta o seguinte:
Sentando num banco cinco minutos com você
e vendo as pessoas enquanto elas estão por aí
falando dos bons tempos que morreram ou que voltarão
segurando na minha mão seus dedos pequenos
jogando comida para fazer inchar os pombos idiotas
vê-los fugir com chutes de mentirinha
e ouvindo seu riso que racha os muros
e que acima de tudo curam minhas feridas
contando um pouco de como era quando eu era criança
Os bombons fabulosos que eu roubava na vendinha
‘Car-en-sac’ e “Minto”, caramelo a um franco
e os Mistral Gagnants.

Andando debaixo da chuva cinco minutos com você
olhando a vida enquanto ela ainda está por aí
te falando da Terra e ter olhos somente para você
conversando um pouco sobre sua mãe
e pulando nas poças d’água para deixá-la brava
estragando nossos sapatos e rindo
e ouvindo sua risada enquanto escutamos o mar
parando e voltando na contramão
e falando acima de tudo dos “carambars” de antigamente
e os “cocos bohères”
E os “roudoudous” de verdade, que machucavam nossos
lábios e estragavam nossos dentes
e os Mistral Gagnants

Sentando em um banco por cinco minutos com você
e olhando o sol que se põe
conversando com você sobre os bons dias que morreram
e eu não me importo
dizendo a você que nós não somos os vilões
que, se eu sou maluco, é só pelos seus olhos
porque eles têm a vantagem de serem dois
e ouvindo sua risada voando para longe
tão alto quanto a canção dos pássaros
dizendo a você que é preciso amar a vida
amar, mesmo que o Tempo seja um assassino
que leva com ele as risadas das crianças
e os Mistral Gagnants

Com os devidos agradecimentos aos amigos do M.F. International, que me ajudaram muitíssimo (meu francês ainda engasga - e muito! - com o vocabulário que eu peno em aprender). Se alguém na platéia souber a tradução dos nomes dos doces citados na canção (ou pelo menos do que são feitos), eu agradeceria!

"C'est la vie des choses / qui n'ont pas / un autre choix" (P. Leminski)

16:43 2 Comments »
Como teria sido se você não tivesse vindo trabalhar naquele dia? Ou se eu tivesse amarelado e não topado ir trabalhar com aquele maluco de dentes tortos?

E se eu nunca tivesse apresentado aqueles dois loucos um pro outro, naquela mesa do bar, lá no dia do seu aniversário? Será que a gente ia dormir tranqüilo e será que seríamos poupados de tanta confusão?

E se de repente eu tivesse mandado pro inferno mais cedo as pessoas que mereciam?

E pedido perdão mais depressa aos amigos que ofendi no caminho?

E se eu nunca tivesse encontrado aquele disco dos Beatles, ou aquela fita com aquela música do The Who? E se eu ainda tivesse birra do Daniel Balavoine?

E se eu tivesse entrado naquele trem em julho, ao invés de ficar com preguiça?

E se eu pudesse começar tudo outra vez?

Eu começaria. E faria os mesmos erros. E uns novos para ver se funcionava diferente. Porque o que está aqui e agora é fruto de todas essas encrencas.

E bem ou mal eu gosto do que eu sou. Agora posso dizê-lo.

Vida Esquisita I - Horário Político

09:35 1 Comment »
Tem gente que coleciona selos, latas de cerveja, carrinhos. Eu coleciono nomes esquisitos de candidatos a cargos públicos.

Só hoje, no rádio, apareceram troços como Botina, Mancha, Banha e Padre José (e padre pode se candidatar, caramba?). Há de tudo, de papai Noel até cowboy. Todo mundo fazendo tudo para chamar a atenção nos dez segundos que lhe cabem no latifúndio.

Isso fora os representantes das classes laboriosas, como os diversos "Professores", o Tiãozinho da Farmácia (clássico de Atibaia), Lourenço Veterinário, Beto da Padaria e por aí vai. No interior (eu acho que era Serra Negra, mas não confirmo) tinha, na eleição passada, o Zé da Fossa Sanitária - piada mais pronta, impossível.

Pseudônimo

10:05 2 Comments »
"Por que você não escreve com pseudônimo?", me perguntou uma amiga.

Dei de ombros e não respondi. A bem da verdade, nunca pensei no caso.

Talvez porque eu viva sob pseudônimo o tempo inteiro. Vantagem do nome composto: minha mãe me chama por um nome, minha chefe por outro e as duas estão certas, mesmo não sendo meu nome inteiro (que seria o "correto").

Gosto do nome que eu recebi. Tem uma história familiar legal, um belo significado ("graciosa melodia" - eu sou praticamente uma canção dos Beatles!), é sonoro e não dá trabalho para soletrar ou pronunciar em nenhum país.

Por que é que eu vou inventar um nome novo? Sou eu o tempo todo.

My Dear

09:32 2 Comments »
Garotas "normais" ganham anéis de noivado. Eu ganhei as obras completas de Shakespeare.

Por aí você já tem uma idéia da pessoa com quem convivo.

Ele ama Mahler, astronomia e Brian Wilson; toca piano, flauta e saxofone e pensa com claves e notas. Ele tem um carro cujo apelido refere-se a um avião da Segunda Guerra Mundial que nunca saiu do chão. Mora perto de uma padaria, tem uma lista de restaurantes "secretos", sempre compra flores nas ocasiões menos óbvias e lembra de aniversários e datas românticas (eu, em compensação...).

Ontem ele leu o primeiro post e perguntou se eu estava cansada. Estava, mas como ele descobriu? Ele achou o texto mal-humorado e resolveu perguntar.

Luís, você me conhece bem até demais.

Ser, Estar, Saber (FAQ Inicial)

12:23 1 Comment »
Eu sou brasileira, paulistana, paulista; corinthiana (não fanática), de família italiana por parte de mãe (região de Turim) e árabe-espanhola por parte de pai (Líbano e Ilhas Canárias); pavio-curto, observadora, pão-dura; destra; míope; jornalista, mestre em Relações Internacionais, curiosa profissional; anglófila e anglófona, quase francófona e aos poucos virando francófila.

Eu estou noiva (o casamento é no ano que vem); aprendendo Francês; morando com meus pais na zona leste de São Paulo; com um pouco de preguiça de existir, mas isso passa.

Eu sei fazer origamis simples e alguns mais intermediários; arranjos de flores (mamma ensinou); cozinhar relativamente bem; dançar rock; as letras de todas as canções dos Beatles e quase todas do The Who (mesmo que isso não tenha lá grande utilidade); contar histórias em dois idiomas.

Desaprendi a dirigir - mas sonho em comprar um Fusca 1970-e-alguma-coisa.

Às vezes misturo idiomas quando falo. Queria muito que fosse por esnobismo - é por confusão mesmo. Parei o curso de Alemão, mas estou retomando aos poucos. Não quero aprender Espanhol, acho um idioma ardido. Já morei na Inglaterra (Norwich, Norfolk). Já mochilei muito por aí e quero mochilar ainda mais.

Tropeço em tudo o que vejo e já caí de praticamente tudo que tenha rodas e se mova, de patinete até caminhão-guincho.

Não creio em Astrologia, mas sei que sou aquariana. Não sou romântica. Não sou futurista. Não tenho paciência com maquiagem, não sei andar de salto alto e não costumo fazer as unhas porque o esmalte estraga quando eu uso o computador.

"Mistral Gagnant" é uma música do Renaud, um dos cantores mais ácidos da chanson francophone, sobre como notamos as mudanças da vida por meio de pequenos detalhes ("mistral gagnant" era um tipo de chocolate que era fabricado na infância do cantor). O álbum Mistral Gagnant foi lançado em 1985 e eu recomendo muitíssimo, mesmo que você não entenda o idioma.

Oi, muito prazer, meu nome é Anna.