Convite

14:23 0 Comments »
A autora convida os leitores do Mistral Gagnant
a conhecer seu projeto paralelo
onde, como diz o título, são narradas as melhores (e as piores) histórias
de cozinha, cozinheiros, restaurantes, barracas de cachorro quente etc.
Os leitores são convidados a participar e trocar receitas!
(as histórias do Mistral Gagnant continuam neste mesmo endereço, não se preocupem).

Vícios Confessos, III

10:56 Posted In 1 Comment »
Musicais. Não importa se no palco, no cinema ou só nos CDs. Adoro. Amo. Canto junto. Pago mico, orangotango, King Kong.

Na lista de preferidos: The Phantom of the Opera (inclusive o filme), Les Miserables, Starmania (um dos versos está na epígrafe do blog), Notre-Dame de Paris, The Who's Tommy (já falei sobre o filme aqui), Quadrophenia (o disco e o filme), Sunset Boulevard, Moulin Rouge!.


Eu já morri de vergonha por gostar deles. A mesma vergonha da Beatlemania, do Whooliganismo, do amor pela variété. Ou seja, a vergonha adolescente que não se encaixa no mundo et caetera. Como a gente é besta dos 14 aos 17 anos! Tá certo que tem gente que continua besta depois, mas isso é outra história...

Cinco graus Celsius

09:34 2 Comments »
Eu sei que tem gente que odeia o frio com todas as forças. Eu sei que é difícil, praticamente impossível sair da cama, pegar ônibus, trabalhar na rua com vento gelado cortando o nariz (e olha que estamos em São Paulo e não nos cafundós dos Pampas, onde o frio é pra fortes). Eu conheço o sofrimento dos que agüentam rinites, gripes fortes, Campanha do Agasalho, tudo isso.

Mas eu adoro o frio. E não consigo deixar de ficar feliz quando anunciam no jornal que a mínima é de cinco graus Celsius, máxima doze.

Casaco, cachecol, boina beatle, luvas até. Chocolate quente queimando a língua, músicas do The Who no último volume (porque eu associo o Who com o inverno, assim como Aretha Franklin e The Supremes com a primavera e os Beatles 1963-1965 com o verão). E eis-me cantando novamente.

Mondo Mistral : coisas que eu vejo quando ando na rua, II

09:32 Posted In 2 Comments »

Três góticas vestindo capa de vampiro, plataformas e batom preto, dividindo um cigarro na porta do metrô Anhagabaú, ontem à noite.

Uma moça de cabelo rosa-Barbie beijando um careca com "mangas" de tatuagem, na frente da FNAC Paulista.

O cara vestido de germe na frente da Cásper Líbero. Não me pergunte, acho que era propaganda.

A mãe que procurava o filho no meio da nova Livraria Cultura (que aliás é uma coisa indiscritível de tão gigantesca). Pelo desespero dela, achei que o menino tinha uns cinco anos. Na verdade tinha quinze e estava na seção de quadrinhos.

Os dois manos no ônibus Terminal Vila Prudente - Terminal D. Pedro II, tarde da noite, rindo de alguém ou alguma coisa desconhecida.

Letra e Música, ou a globalização do som

13:54 Posted In 2 Comments »
Uma história sobre a internet.

Eu faço parte de alguns fóruns de música francesa por aí - para treinar o idioma, bater papo, procurar coisas novas para ouvir, essas coisas. Num desses fóruns, trombei com a figura do talentoso André Meyer, vulgo Andromede, compositor e residente em Estrasburgo, França (divisa com Alemanha, para quem for olhar no mapa), tão tagarela quanto eu.

Nunca nos vimos no chamado "mundo real", mas eis que acabamos compondo música juntos! Já temos já dois hits em potencial (Je me donne à la musique et La vie continue). Só falta um cantor. Que, do jeito que a história é, provavelmente vai ser um austríaco ou australiano que vai lançar a música na parada de sucessos do Japão...

Rádio Mistral FM: "Aimer à perdre la raison"

11:49 Posted In 1 Comment »

Amar até perder a razão / Amar até não saber mais o que diz / Até só ter você como horizonte / e não saber do tempo / a não ser pela dor de partir / amar até perder a razão...

Canção original de Jean Ferrat, 1971. Esta versão: Les Enfoirés, 2007.

Porque hoje é sexta-feira, oras, e essa música me anima muito.

Petite

14:29 0 Comments »
Ela subiu no ônibus na altura da rua Henrique Schaumann e chamou minha atenção logo de cara.

Envolta em uma nuvem de perfume doce, com esses brincos grandalhões que parecem argolas de pendurar toalha no banheiro, blusa frente-única e sapatilhas. Mais maquiada do que eu, sem dúvida: sombra e máscara nos cílios, batom e blush no rosto. Tudo bem arrumado, eu dou o braço a torcer. Mas, no conjunto, era tudo um tanto triste.

Triste porque ela, no alto de suas roupas e tintas, não estava fisicamente à altura do papel que exercia. Tinha no máximo nove anos de idade. Subira no ônibus acompanhada pela mãe, uma mulher muito envelhecida e gritantemente grávida.

Então é isso o que sobrou do mundo.

Lembrete para mim mesma

10:16 0 Comments »
Et même si le temps presse
Même s'il est un peu court
Si les années qu'on me laisse
Ne sont que minutes et jours
Et même si l'on m'arrête
Ou s'il faut briser des murs
En soufflant dans des trompettes
Ou à force de murmures
J'irai au bout de mes rêves
Tout au bout de mes rêves
J'irai au bout de mes rêves
Où la raison s'achève
Tout au bout de mes rêves
(E mesmo se o tempo pressiona
mesmo que ele seja um pouco curto
memso se os anos que me deixam
sejam só minutos e dias
E mesmo que me impeçam disso
ou que precise derrubar alguns muros
com o som de trompetes
ou com a força dos murmúmrios
Eu alcançarei os meus sonhos
Até o fim dos meus sonhos
Eu alcançarei os meus sonhos
onde a razão é conquistada
Até o fim dos meus sonhos)
-- Jean-Jacques Goldman, Au bout des mes rêves

Vícios Confessos, II - De ordem gastronômica

10:56 Posted In 3 Comments »
Chocolate meio amargo.

Pastel chinês no vapor, do restaurante lá em Pinheiros onde eu vou desde criança.

O fusilli com muito molho de tomate lá da Cantina 1020, no Cambuci.

Praticamente todo o catálogo da Di Cunto.

Espiga de milho com manteiga e sal, em lanchonete de beira de estrada.

A salada de batatas que só minha mãe sabe preparar.

***

Não é nem tanto pelo sabor - é pelas lembranças que me trazem.

Sobre José Temporão

08:07 2 Comments »

Não sei de onde ele veio nem a qual partido pertence, mas confesso que virei fã do excelentíssimo senhor ministro da Saúde, José Temporão, e o apóio unilateralmente na busca por uma discussão franca, aberta e pública sobre o aborto.

Porque dar a cara para bater num assunto como esse, num país hipócrita como o nosso, é coisa para fortes.

Eu sou a favor do Estado estritamente laico. Acredito que a fé e a religião são assuntos pessoais e que não devem ditar a lei de um país democrático. E acredito acima de tudo no nosso direito de discutir o assunto como adultos, ou seja, pesando prós e contras e sem apelar para as "muletas", as figuras de linguagem que enfraquecem o debate. Para citar a Lei de Controvérsia de Benford: em uma discussão, a paixão é inversamente proporcional à quantidade de informação disponível.

Não sei se é pedir muito dos nossos políticos e população. Talvez seja. Mas que precisamos encarar essa situação de uma vez por todas, precisamos. Por isso apóio José Temporão.

PS 1 - antes que perguntem: sim, sou católica, mas "A" não implica "B". Que eu, pessoalmente, seja contra o aborto por motivos religiosos não me impede de defender o direito à discussão no país. Como diz a piada sobre a união civil homossexual (a qual também sou a favor), manda avisar o pessoal que o negócio não é obrigatório...!

PS 2 - mais sobre a Lei de Benford aqui. No mesmo tema, ver Lei de Godwin.

Eu vi o Papa

13:44 1 Comment »
Foto: Folha Imagem

Eu vi o Papa acenando da sacada, lá no Mosteiro de São Bento.

OK, foram só trinta segundos e tinha uma multidão daquelas barulhentas junto.

Mas era mesmo o Papa!

Para pensar no assunto

10:09 1 Comment »
Lido num imã de geladeira, ontem: Aquilo que me enraivece, me controla.

Parecido com o que diz o provérbio popular: perder tempo sentindo raiva (ou inveja) de alguém é como tomar veneno na esperança que a outra pessoa morra.

Ando pensando nisso hoje, porque motivo para ter raiva anda sobrando...!

Mondo Mistral : Enquanto isso...

14:45 Posted In 1 Comment »
  • No calendário da loja de produtos cirúrgicos, pendurado no escritório do senhor meu pai: "Consulte-nos - Temos Quase Tudo". Slogan honesto é esse aí.

  • "Putz, isso é mais feio que encoxar a mãe no tanque!" - entreouvido durante o curso de noivos que eu fui no domingo. Há quanto tempo não escuto essa!

  • Perdi o show do Premê por causa do curso de noivos. Vá lá, ossos do benefício. Mas fica o apelo: Wandi, volta!

  • Censuraram mesmo o Roberto Carlos em Detalhes. Agora, cacilda, vê se o raciocínio confere: o livro é elogioso pra caramba, feito por um fã, não fala nada que não fosse segredo de Polichinelo e ainda assim é censurado? E o diabo é o que o livro nem é assim uma obra-prima...!

Vícios Confessos, I

08:24 Posted In 0 Comments »
Eu adoro ler guias de viagem. Afinal, ser mochileiro é antes de tudo ter a cabeça nas nuvens - se não dá para ir no momento, eu posso muito bem viajar de olhos abertos, lendo e me imaginando lá longe, sentada num sofá confortável (ou no chão da livraria, o que é bem mais comum).

Meus guias preferidos são o da série Rough Guides - porque além das descrições turísticas eles dão dicas de música, literatura e cinema do país escolhido. Nada melhor para o espírito do que entrar no clima de uma viagem, ou permanecer nele depois que você volta!

Redação: Metrô São Bento, 07:30

10:02 Posted In 4 Comments »
O clichê mais comum sobre o assunto também é o mais verdadeiro: metrô de manhã cedo é uma lata de sardinhas. Com a diferença, talvez, que existe um número específico de sardinhas que cabem em uma lata, ao passo que, no metrô, o termo "lotação" é algo muito abstrato.

Quem tenta descer do trem quase é empurrado de volta pela multidão que precisa entrar. Bolsas e pastas, se não estão bem presas ao corpo, são levadas pela onda. Pisões nos pés, cotoveladas, bolsadas na cabeça, empurra-empurra - e tudo isso se repete de estação em estação até o fim da jornada.

O duro é ouvir a voz onipresente do sistema de som pedindo para que as pessoas aguardem o trem seguinte. Como se o "trem seguinte" não viesse tão ou mais lotado que seu antecessor!


Definitivamente, nada glorioso voltar do feriado desse jeito!