Serviços suspensos por enquanto

03:52 2 Comments »
Ou pelo menos enquanto essa porcaria de resfriado não sumir!

Meu problema é que eu gosto do Ney Matogrosso

15:16 Posted In , 0 Comments »
Eu confesso, confesso! Gosto dele, caramba. Pois uma alma que gosta de musicais (como já contei anteriormente) não poderia deixar de admirar um sujeito teatral à enésima potência como ele.

Quando me apresentam cantores ditos "da moda", com suas baladas aguadas, eu não consigo gostar; não adianta, eu já tentei de tudo mas não consigo. E quando me perguntam porque, digo que meu problema é que eu gosto do Ney Matogrosso. Se não tem aquele brilho nos olhos, não consigo ver nem ouvir; sou mal-acostumada que dói, vejam bem.

Hoje eu acordei com Bandoleiro na cabeça. Fuçando por aí, vi que São Youtube tinha em seu alforje, vejam vocês, o clipe-do-Fantástico dessa canção. Descontem tudo o que tem para descontar -- o clipe foi produzido em 1978 e até eu me irrito com a coreografia. Mas confesso que curto tudo nessa música.

E se é mau gosto, eu estou pouco me lixando...!


"Navrée" ou a caça ao termo correto

07:15 2 Comments »
Prova de tradução. Um parágrafo de Simone de Beauvoir. Nove da manhã, a classe inteira com sono. Uma das colegas teve dispensa médica da prova - estava com crise de conjutivite.

E logo na terceira linha do texto, uma palavra desconhecida. Que diabos quer dizer "navrée?" Eu conheço "navire", navio, e isso não cabe no texto. Dava para entender que a narradora estava se desculpando por não ir num evento qualquer, mas "je suis navrée" quer dizer o quê, exatamente?

Faço o resto da tradução (outra palavra me pega por alguns instantes: "déchanter". Ironicamente, uma das minhas canções prediletas em francês me ajuda a achar a tradução certa, então tudo bem), tudo pronto, e nada de encontrar uma tradução para a frase.

Obviamente, não há dicionários por perto. Quase na hora de entregar a prova, me decido pela tradução de orelhada, dizendo que ela se desculpava etc.

Agora há pouco eu fui ver o que o diabo da expressão significava. Claro como água: je suis navré(e) = je suis desolé(é) = eu sinto muito.

É divertido quando você chuta e acerta, para variar um pouco.

Rádio Mistral - One for the divas

13:25 Posted In 1 Comment »




Testando outra fita, desta vez só com as divas que formaram meus ouvidos - as francesas (Mylène Farmer, Zazie, France Gall e Dalida, esta com um clássico corta-pulsos), as americanas (Diana Ross e sua majestade Aretha Franklin) e uma inglesa chegada numa substância ilegal (chama-se Marianne Faithfull e aparece aí quando a voz dela não tinha sido atropelada pela heroína e pelos bourbons). Dramas, diversões, plumas e paetês e cabelos pintados de vermelho (ou loiro, ou preto, ou de que cor elas quisessem), tudo regado com vozeirões.


PS - Se a imagem não aparece no seu computador, atualize o Flash.

PS2 - pior que eu tinha fitas K7... Uma caixa delas, aliás: o alquimista adorava fazer compilações musicais para que eu ouvisse no ônibus. Those were the days...

Meio-dia em algum lugar no mundo

08:13 0 Comments »
O apartamento inteiro cheira a torta de abóbora. O sol está finalmente lá fora - deu para sair sem casaco pela primeira vez no ano. Os amigos organizam uma noitada na casa de alguém, perguntam se alguém pode trazer um bolo. Minha mãe no telefone, contando algumas novidades - eu tinha esquecido que é feriado no Brasil.

É meio-dia e por aqui está tudo bem.

Rádio Mistral - uma fita para o sábado.

16:09 Posted In 2 Comments »
Eis uma "fita" com as canções francesas favoritas desta que vos digita - ou pelo menos oito delas, porque o espaço não permitia muito mais coisa. Entre clássicos e modernos, um pouco do panorama francófono para além das fronteiras de Edith Piaf.

Em breve outras edições -- assim que eu descobrir como funciona os outros programas de fazer fitas...

Coleções

04:36 Posted In 1 Comment »
Minha mãe colecionava selos quando criança. Adulta, passou a colecionar pratos e xícaras de porcelana, espalhados pelas estantes da sala. Lembro até hoje que, num aniversário (de casamento, provavelmente), meu pai apareceu com uma cesta imensa, um conjunto de louça completo vindo da Inglaterra.

Meu pai tem uma boa coleção de pedras. Dos lugares onde ele esteve, rios e desertos que ele visitou. Outra coleção: livros de História. Ele adora o Egito e a Grécia dos tempos antes de Cristo.

Eu nunca tive paciência para colecionar coisa alguma, embora tenha tentado (tampinhas de garrafa na infância, selos e pedras mais tarde, conchinhas em expedições à praia - coisas de criança, como se vê). O mais próximo que chego de uma coleção formal é uma reunião de corujas e outras miniaturas de bichos, que estão espalhadas pela casa dos meus pais.

O que eu mais coleciono são memórias.

Eu vejo as fotos, uma pedra mais curva, um pedaço de pena, uma xícara que chegou em casa com a asa lascada, e eu me lembro -- que tinha parado de chover quando a foto foi tirada, que a pedra veio da beira de um lago famoso, que a pena foi achada num campo cá na Anglia, que a xícara apareceu com a asa lascada porque eu esqueci de embrulhar com o papel-bolha e alguém nos Correios derrubou a caixa no chão.

Revendo esses objetos tão simples e sem valor pecuniário, eu vivo todas as alegrias do mundo novamente. Não existe, portanto, coleção melhor do que essa.

Uma frase de incentivo

06:49 0 Comments »
Don't get it right
Get it writ
And then worry
about getting it right.

--
Tony Grounds

(Não acerte / escreva / e depois vá se preocupar / em acertar)

Fiz um cartaz com essa frase e colei na porta da geladeira. Para me lembrar da ordem em que as coisas funcionam na escrita.

O café no final do parque

11:50 2 Comments »
"Cachorros são bem-vindos desde que presos pela guia e sem latir", diz o aviso na porta do café-lanchonete do parque. Boa atitude. Até porque eles iriam perder clientes se fosse proibida a entrada de animais: no Earlham Park, perto de casa, 90% dos freqüentadores aparecem acompanhados de seus animais de estimação. Logo, eles são bem tratados: tem comida à venda no café para eles e pote com água do lado de fore.

O café-lanchonete é simples -- chão de cimento queimado, toalhas e flores de plástico, rádio ligado nos fundos da cozinha. Mas a comida é feita na hora, os bolos e tortas são assados no local, não tem frescura nem máquina de capuccino. E tem os cachorros, claro, atração à parte. Hoje tinha um border collie que estava a fim de um teco de sanduíche -- e não importava se o dito sanduíche fosse o dono, o do filho do dono ou o da moça sentada na mesa ao lado. Outro dia tinha um vira-lata pequenininho que ficou puxando briga com um São Bernardo. É uma cena.

A primavera não sabe se quer ficar por aqui - aparece numa hora, depois foge e deixa um friozinho meio chato. Boa desculpa para entrar no café do parque, pedir um prato de bolo de nozes e uma xícara de chá -- e ir deixando o clima se decidir do lado de fora.

Arcobaleno

13:13 1 Comment »
Choveu granizo agora há pouco e um arco-íris bem tímido se formou no horizonte da minha janela. E eu lembrei de você.

A rata de biblioteca ataca novamente

14:50 1 Comment »
A biblioteca da cidade, para mim, é um parque de diversões. Toda semana, pego um livro ou dois para ler e nunca deixo de me surpreender com o acervo e com a fauna local.

Eu não sei porque cargas d'água, mas parece que todos os emos da região de Norfolk se reúnem na porta da biblioteca. Outro dia tinha uma garota com uma saia-tutu de tule amarelo-fosforecente, meias azul-royal e sapatos pink. E maquiagem estilo Aladdin Sane. Se era aposta para ver quantos paravam para olhar, a moça deve ter ganho uma nota.

Os velhinhos aparecem para ler os jornais, ocupando todos os sofás e fazendo todas as palavras cruzadas, amassando as páginas do caderno de esportes. Os adolescentes se reúnem em bando para fazer a lição de casa ou estudar para os exames de fim de semestre, que definem quais faculdades vão lhes aceitar em setembro.

Tem uma DVDteca, uma CDteca (bem recheada, com últimos sucessos, clássicos e etc), uma seção militar-política (Norwich tem uma base da RAF) e uma biblioteca para crianças pequenas cujas sessões de leituras estão sempre lotadas. Tem quadrinhos, partituras, livros de receitas, romances água-com-açúcar sentados do lado de Tolstói e Dostoiévski.

E eu passeando de estante e estante, feliz da vida, mais rata-de-biblioteca do que nunca. O meu cartão de alguel que o diga.

Enquanto isso, o mundo...

13:55 1 Comment »

Cartum: Clay Bennett

A tocha olímpica passa pelo mundo e os protestos contra a China vão junto.

No fundo, no fundo, eu acabo pensando nos atletas para quem esta Olímpiada pode ser a única chance de conquistar aquilo pelo qual eles se prepararam, muitas vezes, a vida toda. Entre protestos e boicotes e outras formas de reclamação, pode calhar do esforço deles cair no vazio. Que culpa eles tem que o espetáculo vai ser num país pouco chegado em atos democráticos?

Quero ver que protestos surgirão quando os Jogos vierem para Londres, que é culpada (junto com os EUA) pela 2a. guerra ao Iraque, Afeganistão, colonialismo e o diabo de calças listradas...!

(e antes que perguntem - claro que acho um absurdo a Olimpíada ser em Pequim por todos os motivos conhecidos; não teria outra forma de boicote senão ignorar as notícias sobre os Jogos mas, sejamos francos, isso é praticamente impossível...!)

Surfando radiofônicamente falando

13:08 2 Comments »
Esportes e rádio, quanto da minha infância não nasceu a partir desta combinação.

Meu pai não admitia conversa no carro quando voltávamos de passeios aos domingos: ele dirigia ouvindo os jogos do Corinthians na transmissão da Jovem Pan AM e, torcedor roxo que era, xingava e sofria como se os onze em campo fossem parentes próximos.

Nas Copas do Mundo, meu tio vivia com o rádio ligado, mesmo quando já estavam mostrando o jogo na TV. Um amigo meu faz a mesma coisa atualmente -- o que ocasiona uns problemas por causa do delay: quando, na TV, o jogador vai bater o pênalti, no rádio já anunciam que ele chutou para fora. Um desespero.

Olimpíadas, corridas de Fórmula Um... até luta de judô eu já acompanhei pelo rádio, viajando da casa da minha avó até São Paulo (ou vice-versa) ou longe, de maneira geral, de uma televisão. Hoje foi o Grande Prêmio do Bahrain e eu ouvi pelo BBC 5 Live, uma das estações de rádio daqui (já que não tenho TV em casa).

Não foi tão divertido quanto uma narração do Téo José, claro, mas deu para se divertir. Na próxima, vou ver se o site da Jovem Pan AM funciona e vamos de nostalgia radiofônica mais uma vez.

Mondo Mistral: coisas que eu não entendo nos ingleses

12:03 Posted In 2 Comments »
Por que diabos eles precisam beber tanto para "se divertir"? Sério, senhores: se beber fosse esporte olímpico, os ingleses seriam uma potência esportiva.

As lojas vendem casacos e capas de chuva das cores mais maravilhosamente exdrúxulas. Quando chove, porém, tudo o que você vê é uma imensidão de casacos pretos. No máximo um cáqui. E eu com minha mackintosh vermelho-cobre passo por atração turística.

Por que as mulheres usam tanta maquiagem? Aqui tem um apelido: war paint, pintura de guerra. Parece que elas passam base com a pá de pedreiro! E vai gostar de sombras chamativas no inferno: aqui, aquele azulão 1984 é uma coisa comum.

E como é que elas conseguem sair de minissaia e top sem mangas num frio negativo?

Como um povo educado e em geral gentil consegue produzir tantos hooligans e hoodies e toda a sorte de delinqüentes juvenis (e alguns já senis)?

Por que eles precisam classificar todas as coisas e todo mundo? Outro dia, tive que responder um questionário e apareceu "origem" na lista. Tinha umas dez opções para ascendência e nenhuma que descrevesse um brasileiro (ou latino-americano, que seja!). Acabei colocando que era "mestiça/outro", porque até explicar tudo ia pelo menos meia hora.

E, claro, a dúvida que mais me assusta: por que eles comem abacate com pimenta e camarão na salada?! Quando eu contei que na minha terra abacate se come com açúcar ou mel, o pessoal quase caiu duro para trás. Eles acharam que eu era a exótica -- e cá estou eu achando que exóticos, my dears, são eles...!

Visto no meu caminho para o mercado

05:27 0 Comments »
Um ninho de caramujos, no tronco de uma árvore. Pelo menos parecia um ninho, com uns quatro ou cinco caramujos dentro de um buraco numa macieira próxima.

A senhora que leva cinco labradores para passear.

Crianças com patins, aproveitando a folga de Páscoa (que termina na semana que vem).

Os alunos da Universidade indo escrever seus trabalhos, num belo dia de sol. Já passei por isso -- é de dar raiva, mas que jeito?

O lago, povoado com um casal de cisnes, um monte de patos de diversas plumagens, quatro ou cinco pescadores, seis ou sete pessoas levando cachorros, crianças ou os dois seres para dar uma volta.

O carrinho de limpeza da Universidade, amarelo-fosforescente com um adesivo do Norwich City FC.

Coelhos para todos os lados. As gaivotas, pelo visto, voltaram para as praias (o que contribui para o irritante silêncio do campus).


E eu vou pegar meu livro e vou ler um pouquinho debaixo do tímido sol, lá no meu banco preferido perto do lago.