Vantagens e desvantagens de uma bicicleta no outono inglês

04:22 Posted In 1 Comment »
Vantagens
  1. Em dias bonitos, é como estar num quadro.
  2. O vento não está tão forte (ainda).
  3. Pedalar em cima de folhas secas é bem divertido.
Desvantagens
  1. Em dias feios (i.e. chuva), não há humor que agüente.
  2. O vento às vezes derruba um da bicicleta.
  3. Os freios não funcionam tão bem debaixo de chuva ou garoa.
Fora isso, tudo bem.

Depois da visita

17:29 1 Comment »
Eu entrei em casa e estranhei o silêncio e a falta das malas no quarto-escritório.

Espero que vocês tenham uma boa viagem de volta ao Brasil. Tenho certeza que o pessoal está sentindo muito sua falta e que estão bem interessados nas histórias que vocês agora têm para contar.

FAQ, dois anos e pouco depois

05:42 1 Comment »
Quando comecei a escrever aqui, fiz um FAQ inicial sobre quem eu era, o que eu sabia e estava fazendo naquele momento. Algumas coisas mudaram de lá para cá.

Eu sou praticamente francófona e virei francófila, mas não tanto. Em alguns dias, dando tudo certo, começo outro curso para um idioma novo (mais disso depois). Não estou mais noiva - faz um ano e um mês que eu casei. Não moro mais com meus pais na zona leste de SP - moro com um alquimista no leste da Inglaterra.

Aprendi a tricotar. Hoje começo um cardigã. Ainda não sei dirigir. Ainda sonho em comprar um Fusca. O curso de Alemão teve que ser adiado mais um semestre (não tinha vaga). Continuo achando Espanhol um idioma ardido.

Estou me acostumando com maquiagem, mas os saltos altos continuam sendo um pouco tabu e esmaltes só para eventos grandes.

E a música "Mistral Gagnant" ainda me faz chorar.

O problema está no ponto final

13:06 1 Comment »
O caso é o seguinte: eu nado. Ritmo rápido ou nem tanto, com piscina deserta ou cheia de velhinhos/crianças/os dois juntos (depende do horário).

E sempre aumento 50 metros ao tanto que nadei na sessão anterior.

Às vezes é divertido: "OK, vamos lá, mais cinqüenta metros...Coragem..."

Às vezes eu me surpreendo: "Uai? Eu nadei mais cinqüenta metros? E nem percebi!"

Na maioria das vezes, confesso que me desanimo: "O quê? Mais cinqüenta metros?! Mas eu estou praticamente pedindo pro salva-vidas me jogar uma bóia!"

E tem vezes que o tom é, digamos, enfático: "Olha, eu nadei x metros anteontem, eu posso nadar mais cinqüenta metros hoje!... Não posso?"

No fim, ou mal ou bem, mais cinqüenta metros. Não vou para as olimpíadas tão cedo, mas pelo menos os joelhos há muito que não se queixam de meu comportamento...!

Para colar na porta da geladeira

06:26 1 Comment »

Por Keri Smith, que também escreveu um dos livros mais interessantes com exercícios para artistas que eu já li (é meio que voltado para o povo que desenha, mas dá para adaptar para o povo que escreve).

Tenho relido isso com freqüência. Para ver se eu deixo de bobagem e frescura quanto ao começo de um novo livro e trato de começar logo de uma vez. Típico...!

Um dia, um blusão

11:01 3 Comments »
Ganhei um blusão novo, de moletom, com o logotipo novo da UEA nas costas. Típica roupa de estudante recém-chegado, literalmente vestindo a camisa da universidade. E ele, ainda por cima, é vermelho-cereja. Adivinha se eu não virei ponto de referência ambulante no pátio hoje!

O caso é que eu já tinha um blusão da universidade, com o logotipo antigo. O coitadinho já tomou tanta chuva comigo que até desmontou um pouco. Agora, aos olhos dos outros, eu tenho duas identidades: com o moletom velho, eu sou uma ex-aluna zanzando pela escola (o que é verdade). Com o moletom novo, eu sou uma fresher, i.e. caloura, igualmente zanzando por aí (o que também não deixa de ser verdade, por que eu começo minhas aulas dia seis - não é graduação mas e aí?).

Engraçado vai ser quando juntarem as duas figuras numa só. Só queria saber o que iam pensar...

...Remando!

04:36 2 Comments »
Notícias ruins. Bem. Às vezes é caso de se desesperar. Às vezes é preciso se vestir com certa coragem e seguir remando, porque se todo mundo for parar e chorar, o barco afunda.

Digamos que hoje estou mais para a segunda opção do que para a primeira. Tive uma notícia ruim, acontecendo com alguém muito querido. Mas já estou remando de novo, procurando as alternativas, tentando encontrar um ponto de ataque, alguma saída. Prefiro assim.

Se não tem mais jeito, o jeito é continuar andando. Para tudo dá-se um jeito enquanto se está vivo. Então, pessoal, vam'bora: todo mundo remando!

Redação: tricotando um Aconcágua

18:33 Posted In 2 Comments »
Como diria um amigo meu, tem horas que subir uma ladeira pode dar mais trabalho que escalar o Everest.

Desafios vêm em todos os modelos e tamanhos. O que para uma pessoa é trivial, para a outra é algo suficiente para paralisar de medo todos os músculos voluntários (e alguns involuntários).

No meu caso, as palavras artes manuais sempre foram a ladeira-Everest. Acostumei com a idéia que eu era um desastre na área. Eu era o tipo de criança que volta para casa vestindo o pote de guache, cujos desenhos nunca apareciam na exposição de fim de ano (as redações sim, sempre - daí que eu descobri que tinha jeito para escrever). Tentaram me ensinar a bordar, a fazer crochê. Nada. Eu era um desastre e me sentia proporcionalmente como tal.

Fui fazer outras coisas da vida. OK, desenhar ou pintar é coisa que eu sei que não sei. Mas qualquer coisa que envolvesse cola, papel ou agulhas já me botava correndo uma milha, o mais longe possível. Assumi o papel da desastrada-que-não-sabe-pregar-botão. Da pessoa que resmunga que queria tanto saber tricotar, mas que dá nó nos novelos.

O que para muita gente é comum, para mim era um Aconcágua com fosso de crocodilos acoplado.

Bobagem, eu sei, mas vai dizer isso para a minha consciência.

Só que uma hora eu me cansei de encarar a cordilheira morrendo de medo. Comecei a aprender tudo de novo, como se fosse uma criança de oito anos. Sem professora de artes aloprando a paciência. Sem nota no fim do bimestre. Simplesmente fazendo porque sim, porque é possível.

Origamis. Enfeites de Natal. Pregar botões. Fazer barras de calças.

Errando muito. Acertando algumas vezes. Empatando o meio de campo quase sempre.

Finalmente, a parte final da jornada: tricotar algo que não fosse um cachecol.

Hoje terminei um colete. E, tipo, serviu. Mesmo. Sério. Os braços passam nos buracos correspondentes, a gola ficou com cara de gola. Ficou bonito. Bonito!

Cá estou eu, no topo da minha montanha imaginária, acenando a bandeirinha, esperando para escalar a próxima ladeira impossível-até-aqui. Não sei qual vai ser (fazer um suéter? fazer bordados?), mas digamos que agora não tem quem me segure.

Agora que eu sei que o Everest é só uma ladeira, fica tudo bem mais divertido.

Para se ter em mente

09:25 0 Comments »

Do sempre genial Indexed.
"Só sei que nada sei" está meio que se transformando no meu grito de guerra.
Tanta coisa para aprender e tão pouco tempo!

Big Bang Show

06:20 1 Comment »
Para resumir uma longa história, hoje um grupo de cientistas europeus iniciaram um experimento para tentar desvendar a origem do universo. Com direito a um túnel de 27 quilômetros para colisão de partículas, na fronteira entre Suíça e França. Coisa imensa em todos os sentidos.

Eu não entendo grandes coisas de Física, mas estou acompanhando o projeto bem de perto. Também, pudera: a BBC montou programas especiais na Radio 4, cobrindo diretamente de Genebra toda a movimentação do dia. Mandaram para lá um dos melhores repórteres da casa, Andrew Marr. Impossível não entender quando ele explica as coisas.

E ainda hoje, programas explicando a importância do projeto e porque Física não é só para nerds (pode-se julgar isso pela estampa do apresentador, um dos físicos envolvidos no projeto do acelerador, que mais parece membro de uma banda de rock indie). Até uma das series de ficção científica mais legais da emissora - Torchwood - vai ganhar uma edição especial falando sobre o evento.

Além disso, o site BBC News tem um resumo completo das atividades, com direito a FAQ dos internautas e explicação BEM didática sobre cada passo do projeto, sua importância, os atrasos nas obras e todo o resto que é jornalisticamente interessante.

Tá bom ou eles precisam humilhar a gente mais um tiquinho?

Warlord

11:30 1 Comment »


Um pequeno exemplo (é um curta-metragem, afinal) de como inverter clichês simplesmente seguindo-os...

Cometh the season

05:34 0 Comments »
As aulas nas escolas já recomeçaram; na universidade, só no fim do mês. Em teoria, o verão ainda fica mais duas semanas, mas ele já foi embora faz tempo.

As folhas das árvores estão começando a amarelar. As lojas começam a vender papel de presente e cartões de Natal.

Começa a anoitecer mais cedo. A fazer mais frio. E volta a chover dia sim, dia também.

O outono é minha época favorita do ano. Já disse isso alguma vez?

Ars Dolem Ars (Arte, dolorosa Arte)

09:28 2 Comments »
Pergunta que ouvi no café hoje: "Mas é preciso sempre sofrer pela arte?"

Sinceramente?

Sim. Senão não é arte, é hobby.

Veja você: bailarinos criam joanetes e calos que sangram.

Tenistas tem tendinites horríveis nos ombros. Para não falarmos dos fundistas, dos jogadores de vôlei ou dos goleiros, cujas articulações sempre ficam por um fio (ou meio).

Escritores não dormem se não acham a palavra perfeita. E também sofrem horrores com tendinite e vista cansada, ainda por cima.

Para produzir algo que vai além de si mesmo, além do ir-e-vir cotidiano, dói. Ou dói no osso ou dói na alma. Se for fácil demais, tem alguma coisa errada na figura.

Por isso que muita gente se diz artista, mas pouca gente é mesmo artista. Porque ninguém deseja se auto-infligir dor. Mas só quem sabe - aqueles que amam o produto final apesar de tudo - aceita o preço. E se deixa machucar.

Eu bem que queria saber...

12:26 1 Comment »
... por que sempre que eu tenho que sair de casa, a chuva que está ameaçando cair a manhã toda decide vir abaixo com força para assustar até os construtores da Arca de Noé?

E por que basta voltar para casa (obviamente encharcada e sem ter feito nem um terço do que precisava) para a chuva parar imediatamente!

Alucinando

04:19 1 Comment »
Você sabe que o remédio que seu médico passou é meio exagerado quando você acaba sonhando com uma corrida de Fórmula Um em São Paulo - num circuito de rua que passa na Vinte e Três de Maio, à noite e chovendo forte. E você com sua família assistindo do gramado na lateral da avenida.

Pelo menos eu recebi alta. Já estava esperando os próximos episódios.