Agora em versão falada

22:30 Posted In 1 Comment »
Senhoras e senhores: anuncio o mais novo podcast da residência. Junto com Dárcio Ricca e Ricardo Senise, estou tagarelando sobre as elminatórias da Copa do Mundo 2010 (e futuramente sobre a dita Copa da África do Sul) no programa de rádio 3 na Copa.

É minha primeira experiência no gênero, mas estou com gente que entende: Senise já comanda há um tempão o 5 a 1 - Cinco Músicas e um Pretexto. Já Dárcio é um dos caras que mais entendem de futebol nesta cidade. E eu, bom, vocês ouçam aí e tirem suas conclusões.

O programa piloto - tentando explicar o sistema das eliminatórias ao redor do mundo -  já está no ar. Aceitam-se vivamente comentários, sugestões de pauta e propostas de patrocínios! 

Os álbuns

17:27 1 Comment »
(para ser lido ao som de "Les Épices du Souk du Caire", do Bénabar)

Álbuns antigos dão sempre aquele susto: fulano tinha um cabelão!, a fulana ainda namorada o ciclano; caramba, onde foi parar o beltrano? Eu não sabia que eu era parecida com minha irmã médica até que, numa foto do meu álbum de casamento, aparecemos as duas de perfil. Só dá para saber quem sou eu porque noiva não tem como errar: é a de branco com o arranjo na cabeça!

Fotos dos pais, pior ainda. Outro dia, mandaram os arquivos da minha tia, falecida recentemente. Coisas do tempo em que meu pai tinha um cabelão e minha mãe quase não tinha sobrancelhas (era a moda na época). O álbum de casamento deles é engraçadíssimo, mesmo que sem querer: meu tio tinha uma franja que deixaria qualquer emo enciumado; hoje nem cabelo ele tem direito...

Em trinta anos, tem um monte de gente que casou, descasou, se descobriu gay, mudou de cidade (até de país). Tem os agora falecidos - e isso dá uma ponta de tristeza nas lembranças. Tem cabelos horrorosos, roupas esquisitas, gente com quem nem falamos mais. As fotos são ao mesmo tempo museu e altar, uma homenagem ao nosso passado que nos formou (e também deformou). 

Só espero daqui a trinta anos rir (e chorar um pouco) com o que meus álbuns me mostrarem. 

Mas hein?!

07:31 0 Comments »
Eu achei que era delírio de sono - assistir treino às três da manhã, depois de um dia de cão, dá nisso. Mas parece que não, não era delírio, e o Barrichello sai na segunda posição com o carro-fantasma (branca daquele jeito, a Brawn não merece outro apelido).

E lá vamos nós para mais uma temporada de F1. Que o sono não me deixe perder a corrida!

Visto por aí

19:08 2 Comments »
Uma lotérica na estação Barra Funda do metrô, chamada "Adeus Patrão". 

As orquídeas da floricultura do lado do meu prédio, de cores e formatos surpreendentes.

A pilha imensa de lição de casa para terminar (faltei na aula da semana passada, deu nisso).

Origamis de coelhos para enviar aos amigos de Norwich pela Páscoa, todos espalhados pela mesa sem ordem alguma. 

Preciso de cores para sobreviver - é questão simples. De todos os tons e de todas as matizes. Eu sou praticamente um musical em Technicolor esperando para acontecer.

Sons

08:41 Posted In 1 Comment »
A máquina de lavar nos fundos do apartamento. Os ônibus passando na frente do prédio. Alguém quebrando a calçada em frente ao posto de gasolina da esquina (pararam agora há pouco). 

No fundo da minha cabeça, uma canção. 

Cenas de um casamento

19:37 0 Comments »
A cerimônia foi num sítio no interior. Daí que os amigos decidiram sair em carreata a partir do Tatuapé. Digamos que administrar 20 pessoas em oito carros em plena manhã de sábado não foi moleza, mas foi engraçadíssimo.

Tinha uma penca de sítios para casamentos e festas no caminho - logo, uma penca de placas com nomes de noivos indicando o caminho, uma com certa frase encorajadora: "Não desista, é por aqui mesmo!"

Um dos padrinhos quase foi parar no altar com o recibo do aluguel do terno pendurado na manga.

A noiva chegou no sítio ao som do Tema de Darth Vader - que é para não deixar dúvidas de nada.

Durante a celebração, hora dos noivos ajoelharem...e descobrirem que alguém escreveu nos solados do sapato do noivo: "AGORA VAI". Nem o padre conseguiu segurar o riso.

Ponto para o padre, aliás, ao chamar os noivos pelos apelidos - nem as mães dos respectivos nubentes chamam-nos pelo nome que consta na certidão!

Aliás, o uso da palavra "nubente" foi tema de acalorada discussão na mesa do almoço. E provavelmente um dos poucos assuntos da mesa que podem ser citados num blog familiar.

O pai de um grande amigo dançou o twist e abalou geral. A mãe de outra amiga botou todo mundo para dançar o "Celebration". Uma convidada tomou um tombo, mas pegou o buquê.

Bem-casados excelentes. Convidados exaustos, mas felizes. Como todo casamento deve ser.

Constatação

15:23 0 Comments »
A vida fica bem mais fácil quando se tem uma escrivaninha só para si.

Símbolos da Páscoa

09:39 0 Comments »
No Brasil, são os coelhinhos e os ovos nos supermercados - outro dia, estava tão distraída que dei uma cabeçada em meia dúzia deles, expostos naqueles "tetos" bem tentadores perto da seção de congelados (que é para aproveitar o frio das geladeiras - não há chocolate que resita ao nosso fim de verão). 

Na Inglaterra, a Páscoa vem junto com a primavera, quando a neve se manda e o sol finalmente dá as caras por mais de duas horas ao dia. Logo, o símbolo da época são os narcisos - em inglês daffodil - que são as primeiras flores que nascem na estação. De repente, por onde quer que você olhe, os jardins estão saturados de amarelo e branco, contrastando com o azul do céu. Depois de quatro meses de frio intenso, a alma canta ao ver as flores.

Tenho sonhado com narcisos ultimamente. Para mim, são a mais pura imagem da ressurreição: a vida que retorna após o longo inverno, às vezes nascendo com toda a força, impossível de refrear ou adiar, no meio da neve que se recusa a ir embora.

(foto do Woodsy, via Stock Exchange)

Coisas que me inspiram

08:09 1 Comment »
Música, sempre - as que eu sempre ouço e as que eu de repente escuto e me apaixono. Ultimamente ando escutando muito Harry Chapman, um narrador musical ótimo.

Quadrinhos. Descobri uma rede de quadrinistas franceses (eles que são uma pátria de aficcionados por HQs, que lá são bandes dessinés, ou BDs) e estou rindo e amando quase tudo. Começa pelo blog da Gally e vá seguindo os "liens" (links) à direita da página para descobrir os outros autores. Nem precisa falar francês para entender.

As flores que estão caindo das árvores no parque perto de casa. Poesia em movimento.

Uma visita ao aeroporto - já pararam para pensar que cada pessoa ali tem uma história para contar?

As vitrines da rua Galvão Bueno, na Liberdade. Agora que estou entendendo um tantinho mais de japonês, fico horas decifrando os ideogramas nas placas. Alguns eu até acerto, poxa...

E finalmente vem chegando o outono, minha estação favorita do ano. Enfim um pouco de folga para minha alma!

Rádio Mistral FM: "Pull Marine"

11:17 0 Comments »


Isabelle Adjani - os olhos mais belos do cinema - cantando uma canção de Serge Gainsbourg, num clip de Luc Besson. O que me encanta para além de qualquer palavra.

11:20 1 Comment »
Sinal de que aqui moram dois nerds: os potes de tempero estão organizados pelo nome científico das plantas.

A vida tem dessas coisas

15:56 2 Comments »
Meu fornecedor de seriados japoneses legendados sumiu do YouTube. A fonte da minha reportagem saiu de férias e nem para avisar. O vizinho decidiu ouvir pagodão no último volume. O estacionamento da frente está consertando o portão há pelo menos duas horas (com umas marteladas que parece que o desgraçado está dentro do meu escritório).

Somando tudo isso, por favor queiram me encontrar debaixo da cama mais próxima, esperando desesperadamente o sábado.

Década

07:25 2 Comments »

Há dez anos eu tinha o cabelo bem mais comprido. Jardineiras jeans ainda estavam na moda. Você tinha acabado de se formar e eu tinha acabado de entrar na faculdade.

É engraçado pensar em como o tempo voa quando a gente está se divertindo. É clichê, mas todo clichê nasce de uma verdade: passaram-se dez anos e parece mesmo que foi ontem.

O mesmo amor - transmutado pelo tempo, mas de igual intensidade. Ainda aqui, conosco, por quantas outras décadas a gente tiver junto.

Terapia das duas agulhas

08:23 1 Comment »
Enquanto o tempo esfria lá fora (até que enfim!) e os problemas se acumulam em todos os cantos possíveis do apartamento, eu me ponho a tricotar. Coisa meio anacrônica, diriam, mas que posso fazer? Pelo menos isso me distrai - às vezes demais, a ponto de esquecer chaleira ligada e ignorar campainha que toca.

Mas é bem isso que eu preciso: distração total e barata, que não envolva eletricidade nem taxa de adesão.

Eu nem posso dizer que é coisa de avó, posto que minha avó só fazia crochê (e costurava - era sua profissão) e nunca me ensinou a colocar um ponto em agulha. Ela se surpreendeu, mas não muito, ao ver que eu tinha aprendido a tricotar lendo livros e vendo vídeos na internet. Ela meio que conhece a neta que tem.

Minha madrinha, que é uma dessas mulheres que fazem tricô, crochê, bordados, pintura e ainda dá aulas de Química, decidiu me ensinar a fazer blusas num método chamado "crochê tunisiano" - que é rápido e bem diferente, com a maior agulha de crochê já vista nestas bandas. Digamos que ela tem de paciência o que eu tenho de afobação: entre fazer e refazer barras e mangas já são quase um mês de briga com os fios. Ou seja: diversão garantida.

Já tenho outros muitos projetos na lista, o que irá garantir minha saúde mental pelos próximos meses - e a alegria dos armarinhos do Bom Retiro, que é onde vou comprar linhas. E se é mesmo anacrônico, que me passem as anáguas e os bobes para permanente, que eu não estou nem aí.

Retorno à casa dos pais

21:51 1 Comment »
É sempre um pequeno choque, visitar a casa dos pais após se mudar. Por mais que você reconheça os móveis e as manias - minha mãe e as velas pros santos, meu pai ouvindo o telejornal no último dos volumes - a casa não é mais sua. E isso causa um tanto de impacto.

Parece que o lugar encolheu. Ou isso ou então que encheram de cacarecos - aqueles que já estavam lá antes mesmo de você nascer e que você só reparou porque parou de vê-los todos os dias. Visitar a casa dos pais é estranhar a toalha nova na mesa e agradecer porque a louça é a mesma (a comida, também - aliás, a comida é sempre a mesma e você morre de saudade - por mais que negue).

O armário do meu antigo quarto já foi apropriado pela irmã mais nova (ainda que algumas roupas minhas estejam - provisoriamente - morando lá dentro). Eu não reconheço mais as estantes e acho engraçado ver que a outra irmã trocou de xampu. Elas ainda moram por lá. Eu já larguei a barca, mudei de país e de estado civil, em teoria não caibo mais naquela rotina.

Mas se eu olhar melhor, eu ainda estou ali. Eu vou sempre estar ali.

18:15 0 Comments »








De novo, Liniers. Nada a acrescentar.

Mondo Mistral: edição dança da chuva

10:06 Posted In 0 Comments »
  • Anteontem, num ponto de ônibus na Av. Doutor Arnaldo: gente disputando quase a tapa a sombra do telhado do cemitério. A coisa está mais feia do que acordar de ressaca.
  • O lago do parque segue enchendo - e o cheiro de peixe morto idem. Disseram que vão arrumar em até seis semanas, mas obviamente tenho minhas dúvidas...
  • Como manter o vício em café com um calor desses - e sem gostar tanto assim do Starbucks? Meu reino para quem me arranjar uma receita decente de frapê de café!
  • Aliás, meu reino para quem inventar uma dança da chuva eficiente, por favor.
Eu não gosto de calor, já deu para perceber?

O calor, ainda.

21:04 1 Comment »
Trinta e quatro graus na cabeça o dia inteiro, andando de um lado para outro na cidade. Vá tentar manter a linha (e a maquiagem no lugar!) com um forno desses...

Incidente internacional Incipiente

22:55 1 Comment »
O próximo amigo britânico que me disser que inveja o calor de Sampa City vai se ver comigo. Ah, se não vai!...