Exames na escola de japonês neste mês. Prova escrita e prova oral.
Na prova escrita: reconhecimento de kanjis (os poucos que aprendemos no semestre), reconhecimento de katakana (o alfabeto para palavras de origem estrangeira, como o meu nome - que em japonês se escreve アナ マルチノ), gramática simples: dizer as horas, saber apontar objetos e pessoas (dore? = qual?, dare? = quem?, doko? = aonde?), saber os advérbios corretos para os verbos. Eu estou me atrapalhando para dizer as horas, mas o resto está indo bem, de acordo com a professora.
O problema é o teste oral. Tenho que escrever - e ler em voz alta - uma redação sobre o meu dia.
Já fiz isso em francês e em inglês - e até que não fui tão mal, considerando a época, o vocabulário e o fato de não ter precisado aprender dois novos alfabetos para dizer que eu ia para a escola às sete da manhã e que jantava com meus pais e irmãs às oito da noite. E é preciso salientar que meu cotidiano zoneado de jovem adulta ficou até que bastante interessante, quando revestido de palavras francesas.
Mas vai ser a primeira vez que irei escrever uma redação em japonês. E se eu errar o verbo e acabar indo para lugares que eu nunca imaginaria nem estar perto? E se eu errar a pronúncia e, ao invés de dizer que fui na padaria, acabar dizendo que meu pai é o presidente do Juventus? (isso pode ser perigoso: se fosse dizer que é presidente do Palmeiras, meu corinthianíssimo pai me expulsa da família).
Eu sei que a minha sensei vai corrigir a gramática antes - a prova oral só verifica a pronúncia e o posicionamento (a arte de cumprimentar e de ser elegante sem ser espalhafatoso, tão cara aos japoneses e que tanto dá trabalho para os não-nikkeis do curso). Mas estou me sentindo num vôo às cegas. Quem sabe onde meus erros vão acabar me jogando?
De repente, pode até ser divertido!