11:55
Cansaço acumulado, cheiro de curry na cozinha, sono de menos e compromissos demais. Mais dois dias para o sábado, Deus me dê forças. Minha teimosia me empurra pela calçada, porque eu tenho que ir na academia mesmo que a vontade seja de me enfiar embaixo das cobertas e destruir,
Groo-style, uma caixa inteira de bombons.
Tem gente que detesta segunda-feira. Eu não gosto das quartas!
22:54
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Vícios Confessos
Se você cresceu ou entrou para uma
famiglia italiana de respeito, você já cruzou com esse logotipo na cozinha - o
l'uomino (homenzinho) das cafeteiras Bialetti. É um dos símbolos da minha infância.
Sou viciada em café e não me dou bem com as máquinas elétricas. Na minha casa, pelo menos, o processo ainda é o analógico, com a minha muito bem-amada Bialetti no fogão e
biscotti nos pires para as visitas.
No fundo, acho que sou mais viciada nas risadas e nas rodas de conversa que o homenzinho me faz lembrar do que no produto propriamente dito...
10:18
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Redação:
Quais são os quatro prazeres essenciais da vida? Comer, beber, rir e amar. É nossa diversão e nossa salvação quando tudo vai mal. E, se você analisar bem, são coisas simples. Pão com manteiga na chapa, amigo fazendo péssimas imitações, essas coisas.
O problema é que ultimamente esses quatro itens estão na mira de uma censura complicada.
Comer equivale a contar calorias, a crucificar doces e frituras, a escutar a cantilena das gorduras trans e da produção orgânica. Bife à parmegiana com fritas, um veneno. Maionese no sanduíche equivale a um suicídio lento. Chocolate, então, nem pensar (se as marcas dietéticas não tivessem gosto de terra de canteiro, seria bem mais fácil)...
Beber: alcoolismo é doença e deve ser tratado como tal, mas ultimamente todo mundo é suspeito quando compra uma mísera garrafa de cerveja. E mesmo quando a bebida não leva destilado ou fermentado, a patrulha não desliga a sirene - qual foi a última vez que você tomou um milk-shake decente sem escutar ladainha?
Amar e rir, problemático. Porque existem muitos mal-amados no mundo, infelizmente. Gente que poderia ser feliz exatamente agora, sem perder os tais vinte quilos imaginários, sem precisar do príncipe encantado ou do momento perfeito à luz de velas. Gente que poderia amar a si mesmo, amar uma causa, uma canção - e se lamenta e reclama, execrando os que exercem o direito de serem felizes mesmo sendo imperfeitos.
Gostaria de poder tocar minha vida sem precisar me preocupar com tudo isso. Infelizmente, os perigos e as injustiças do mundo existem e é preciso combatê-los. Mas, ao mesmo tempo, será que poderiam deixar a gente ser imperfeito e comer batatas fritas alegremente de vez em quando? Só um pouco?
09:37
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Mondo Mistral
A crise política (mas política não é sempre uma crise?); as celebridades sem roupa de baixo; a ironia de um dos pilotos mais braço-duro nesta temporada de F1 se chamar "Sutil"; os preços dos CDs importados; quem matou Taís (eu nem sabia que ela tinha morrido, pra começo de conversa); as novelas em geral.
E por que diabos uma pessoa tão genial, generosa e geniosa quanto a
Anita Roddick tem que morrer de maneira tão súbita, com tanto a fazer ainda, enquanto tanto FDP no planeta vive duzentos anos. Juro que
isso eu queria entender.
12:45
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Vícios Confessos
Fazer clipes imaginários com as músicas que eu ouço. Com detalhes de edição, ainda por cima.
Nessas horas, eu queria saber desenhar - descrever as cenas não ajuda muito, fico com a impressão de que sempre falta alguma coisa!
13:17
Um ano de Mistral. Um monte de mudanças em 365 dias. Até aqui, tudo bem - e a história continua.
09:45
Só um comentário sobre a primeira semana de exercícios: eu sei que faz bem para a saúde e eu sei que nem estou dolorida nem nada e portanto não tenho motivo para reclamar, mas, definitivamente, o sedentarismo é bem mais fácil de manter!
09:41
O trabalho enobrece o homem. Na verdade enlouquece, mas fizeram a revisão do ditado para não assustar ninguém.
Isso explica porque eu sinto como se minha cabeça fosse feita de porcelana - daquelas bem frágeis, bem cheias de rococós, que as mães e as avós de antigamente colecionavam nas paredes. Aquele tipo de porcelana que racha só de olhar.
09:53
Duro não é acordar; duro mesmo é sair da cama e encarar os procedimentos-padrões de segunda-feira.
Porque eu ainda estou acostumando com as novas linhas de ônibus e com o novo itinerário. E com o fato de que a cafeteira nova não funciona direito. Bom, o chuveiro não demora tanto para esquentar, ponto a favor. Em compensação a torneira de água quente na cozinha não abre nem se eu implorar. Tem dessas coisas, a segunda-feira.
Tem que levar a roupa para a lavanderia, passar na farmácia e no supermercado, arrumar as coisas na mochila... E lembrar de descer no ponto certo, senão eu tenho que camelar uma eternidade para chegar no trabalho.
Mas vale a pena todo o piloto automático e toda a encheção de segunda-feira. Vale, quando você põe a chave na porta e diz "pronto, cheguei em casa".