Atenção:

21:46 0 Comments »
Até que eu consiga resolver o que diabo anda acontecendo com o layout deste blog, favor seguir a leitura neste outro endereço.

Pela atenção, obrigada :)

Todo amor que existe nesta vida

20:33 1 Comment »
O segredo é bem simples: todo o amor que existe nesta vida cabe em um abraço - e não deixe que ninguém te iluda do contrário.

Posto que hoje é sábado

10:02 0 Comments »
A feira, o bunkyo, o almoço com os amigos no intervalo das aulas (todo mundo entupindo o corredor, armados de bentôs e simpatia), a volta para casa, um telefonema ou dois, as agulhas de tricô (fiz um presente, mas tenho que fazer o presenteado vestir o dito presente para ver se pelo menos desta vez acertei o comprimento das mangas), nada que preste na TV de novo, a parentada que me chama para filar a janta - pois vou - e assim por diante. 

É de calma que eu preciso. Só isso. 

Redação: minha primeira redação

21:48 Posted In 0 Comments »
Exames na escola de japonês neste mês. Prova escrita e prova oral. 

Na prova escrita: reconhecimento de kanjis (os poucos que aprendemos no semestre), reconhecimento de katakana (o alfabeto para palavras de origem estrangeira, como o meu nome - que em japonês se escreve アナ マルチノ), gramática simples: dizer as horas, saber apontar objetos e pessoas (dore? = qual?, dare? = quem?, doko? = aonde?), saber os advérbios corretos para os verbos. Eu estou me atrapalhando para dizer as horas, mas o resto está indo bem, de acordo com a professora.

O problema é o teste oral. Tenho que escrever - e ler em voz alta - uma redação sobre o meu dia.

Já fiz isso em francês e em inglês - e até que não fui tão mal, considerando a época, o vocabulário e o fato de não ter precisado aprender dois novos alfabetos para dizer que eu ia para a escola às sete da manhã e que jantava com meus pais e irmãs às oito da noite. E é preciso salientar que meu cotidiano zoneado de jovem adulta ficou até que bastante interessante, quando revestido de palavras francesas. 

Mas vai ser a primeira vez que irei escrever uma redação em japonês. E se eu errar o verbo e acabar indo para lugares que eu nunca imaginaria nem estar perto? E se eu errar a pronúncia e, ao invés de dizer que fui na padaria, acabar dizendo que meu pai é o presidente do Juventus? (isso pode ser perigoso: se fosse dizer que é presidente do Palmeiras, meu corinthianíssimo pai me expulsa da família).

Eu sei que a minha sensei vai corrigir a gramática antes - a prova oral só verifica a pronúncia e o posicionamento (a arte de cumprimentar e de ser elegante sem ser espalhafatoso, tão cara aos japoneses e que tanto dá trabalho para os não-nikkeis do curso). Mas estou me sentindo num vôo às cegas. Quem sabe onde meus erros vão acabar me jogando?

De repente, pode até ser divertido!

Frio!

09:07 1 Comment »
E descobri, de maneira empírica, que meu apartamento é um refrigerador disfarçado.

O que para mim não é exatamente um problema. Dois terços da cidade reclamando do frio e eu feliz da vida, levando meus casacos (de primavera) de Norwich para passear por São Paulo.

Que posso fazer? É questão de gosto. E um gosto raro, pelo menos neste lado da ponte aérea: se a onda de frio durar uma semana, mando imprimir um milheiro para agradecer aos santos a graça alcançada!

Voler

09:25 0 Comments »
Faz dez anos e mais um tanto, mas eu ainda me lembro. Eu estudava numa escola no Brooklin Novo, passava na frente do aeroporto de Congonhas todo dia na volta para casa. 

O professor de Geografia - era um barbudo fenomenal que só ficou um ano e pouco na escola - disse que estava tomando banho em casa quando escutou uma baita de uma explosão. Achou que tinha sido um botijão de gás ou qualquer coisa do gênero. Era o Fokker 100 da TAM que tinha desabado a quatro quarteirões da casa dele.

Naquele avião estava um amigo de faculdade do meu pai. A viúva desse amigo fundou a associação de vítimas de acidentes aéreos; às vezes você calha de vê-la na televisão. 

Nunca tive medo de andar de avião. Tenho bem  mais medo de andar de carro por São Paulo - opinião que às vezes é esculhambada pelos amigos. Mas é verdade: acidentes de carro eu vejo quase todo dia. Não tem como não ter medo de ser o próximo na lista.

Porém, não ter medo desses pássaros de lata não me faz deixar de sentir um grande peso no coração quando um deles tomba. Por tudo o que poderia ter sido, por todas as histórias com outro fim. E, no silêncio de quem observa o céu de inverno, eu penso neles e nos que esperam por eles, aguardando o ponto final.