Akirekaeru: surpreender-se, chocar-se
20:05 Posted In Mistral Japonês , Mondo Mistral 3 Comments »
Era uma vez duas famílias - uma de italianos, uma de japoneses. Os pais destas duas famílias eram compadres, padrinhos de batismo dos filhos uns dos outros, iam em casamentos e festas. Grandes amigos, apesar da distância - os japoneses moravam em Suzano, os italianos em São Paulo.
O tempo passa, o contato se perde, os patriarcas morrem e as famílias se separam. Como costuma acontecer com todo mundo. Até que um dia...
Até que um dia, numa foto, minha mãe reconhece um rosto conhecido. O nome não deixa dúvidas - é a filha mais velha da família de japoneses de Suzano!
Ou pelo menos ela acha que é. O sobrenome é pior que "Silva" dentro da comunidade nikkei e o prenome da amiga também não é dos mais inéditos... Sobra para mim, claro, a pessoa que trouxe a foto: a agora senhora japonesa é a diretora do coral onde eu canto, à minha esquerda na imagem do grupo que saiu no último jornal da escola...
Toca perguntar no fim do ensaio. Que é que eu perco?
"Rosa sensei, a senhora por um acaso tem uma irmã chamada Masako? Sua família era de Suzano? Minha mãe quando solteira chamava Maria do Carmo Negrini, filha da dona Carmem..."
E a reação da minha sensei, emocionadíssima: "Minha madrinha!"
E nos olhos dela - e da minha mãe quando eu confirmo que ela acertou - eu vejo o tal verbo misterioso, o akirekaeru: a grande e doce surpresa do reencontro improvável, depois de tanto tempo e tanta distância.
3 comentários:
Que história mais linda! Fiquei emocionada. Adoro reencontros!
A audiência pede atualizações.
** ** ***
Concordo com o Lewis!
Mom
Postar um comentário