A história do vidro de tinta viajante

10:05 1 Comment »
Em Paris, numa papelaria: vidros de tinta J.Herbin na prateleira a um preço decente.

Da prateleira para a mochila foi dois tempos. Os dois vidros foram, de Paris até Norwich, acomodados no meio da sacola de roupa suja (se quebrasse, ia ficar com um saco inteiro de roupas cor verde-folha ou azul-escuro. Mas valia o risco).

Chegando em casa, surpresa chata: um dos frascos veio estragado. E antes que você me pergunte como é que tinta de caneta estraga, explico: a dita veio tão aguada que não deixava nem rastro no papel.

Voltar para trocar na loja seria adorável, porém impossível. Que fazer? Jogar fora o vidro? Apesar de escaldada com o sistema de empurra-empurra das fábricas brasileiras, tomei coragem e escrevi para a J. Herbin explicando o ocorrido e perguntando se eu poderia, de repente, se não fosse complicado ou incômodo ou custoso, trocar a tinta direto com eles.

Pois bem. Eles escreveram de volta pedindo que eu mandasse o vidro defeituoso de volta para a França para que eles pudessem analisar o que houve. "Mandaremos um vidro novo para a senhora sem nenhum custo", escreveram. E lá se foi o vidro, via correio.

Hoje chegou um pacote da França: dois vidros de tinta novos em folha, na falta de um só - o que me deixou muito feliz da vida.

Eu sei que isso é um procedimento normal - ou pelo menos deveria. Como calha de acontecer poucas vezes de uma empresa respeitar um cliente desse jeito, achei melhor registrar o ocorrido...Vai que de repente alguém se inspira!

1 comentários:

Renata disse...

Hoje começou a valer cá em terra brasilis uma nova lei que tenta proteger mais o consumidor, e que diz respeito a atendimento telefônico de empresas. Talvez isto também possa inspirar a reclamar nossos direitos...