Rádio Mistral - Mixin' It All Up

10:48 Posted In 0 Comments »

Não ria, se puder!

Oferecimento do Enio.

Ode: À Allen Lane

11:01 2 Comments »
Um homem com uma idéia genial:
por que não vender livros legais
impressos em papel jornal?

***
A piada foi torta, mas foi divertida: alguém perguntou qual o coletivo de pingüim e eu pensei automaticamente: biblioteca. Porque eu associo sempre os pingüins à editora do Sir Allen Lane, com quem tenho uma dívida imensa. Muito do que eu sou, eu devo aos inúmeros volumes em papel jornal empilhados em casa - as edições (muito) boas e (muito) baratas da Penguin. Quantos trabalhos, papers, viagens entediantes e esperas horripilantes não foram salvos graças a eles!

Por isso, um viva a Sir Allen Lane, padroeiro dos bibliófilos sem dinheiro para edições caras!
(a propósito: segundo me disseram, o coletivo de pingüim é bando).

Mondo Mistral - E Enquanto Isso A Terra Gira

11:16 Posted In 2 Comments »
  • O office boy do escritório foi agredido por dois PMs na saída do Cabral, na ZL de São Paulo (Av. Salim Farrah Maluf, lá perto do SESC). Acusação: em teoria, nenhuma - a não ser o fato do rapaz ser mulato e estar dentro de um Gol. E depois perguntam por que é que o cazzo deste país não sai da marcha-a-ré. E para onde é que se reclama?

  • Não vi a cerimônia do Oscar este ano. Também, o único filme indicado que eu fui assistir, até agora, foi A Rainha (pelos motivos mais óbvios do mundo, aos olhos de quem me conhece). E eu não gosto do Scorcese, caramba. Donde se conclui que eu preferi ir dormir.

  • Não podiam enterrar a Marta Suplicy de uma vez? Por favor? Pelo amor de Deus?

  • E por que todo mundo detesta o horário de verão? Para mim não faz a menor diferença. Acho que eu nasci fora de fuso, nem jet lag nem mudança de horário me pegam.

E enquanto isso o mundo continua aí. Câmbio desligo.

As mulheres da minha família

22:11 0 Comments »
Elas são de tudo que é canto - da Espanha e do Oriente Médio, de Portugal e de Itália, do interior mais distante até o coração de concreto do mundo. Elas fazem escândalo, ameaçam fazer bico, pensam em cirurugia plástica e riem. Muito.

E às vezes pintam o cabelo dumas cores meio bestas, que é para não deixar barato...

Sabem andar de salto alto mas preferem Havaianas; cozinham - mal ou bem, pelo menos ninguém morre de fome. E fofocam. MUITO. De quem está perto, de quem está longe, dos que aparecem na TV, dos que trabalham com elas.

Não sei se são feministas. Diria humanistas, porque amam a humanidade inteira e esperam que todos amem em retorno - daí você vê de onde eu venho. Dividem livros. Dão pitacos na coleção de discos. Reparam quando você emagreceu, quando você engordou, quando você andou chorando.

Ah, sim. São em sua irritante maioria são-paulinas, porque eu tenho carma pra caramba pra pagar nesse mundo. E ninguém é perfeito.

Não são todas família por força de lei. Muitas são porque calham de ser e que se dane a sociedade. Quando é caso de pedir socorro, estão lá e é isso o que conta. E quem pode dizer que não?

Receita de Mistral Gagnant

09:17 3 Comments »
Uma dose de rock britânico
Uma dose de variété francesa
Um pouco de cabaré, circo e musical
Uma pitada de divas (sabe Cher? sabe Kyle? Então, é isso).
Quadrinhos, guias turísticos e livros da Penguin a gosto

Junte a mistura com bons amigos, boas risadas
um grande amor e uma pátria imaginada
uma carteira dos Albergues da Juventude
e também uma camisa do Juventus da Mooca.
Coloque tudo num walkman, uma mochila
e um coração (pode deixar que cabe)

E deixe florescer.

Um singelo presente de aniversário

08:42 2 Comments »

Feliz aniversário, Mel!

Quaresma

16:41 0 Comments »
Fim do feriado, de volta ao trabalho. Feliz ano novo procês!

Fluxo de pensamento

11:39 1 Comment »
Achei $ 20 na rua // Os ônibus estão em greve e eu me atrasei de novo // Tem uma música nova me atraplhando o raciocínio // O vizinho de parede resolveu pregar quadros e instalar estantes hoje. O andar treme como num desabamento // Meus padrinhos vem para o Carnaval. Vai ser um feriado bem barulhento // Eu não gosto de Carnaval mas gosto da folga. // Minha chefe não veio trabalhar // O que eu preciso fazer para ser chefe, hein? // Minhas aulas no SENAC recomeçam na semana que vem - adivinha quem está pulando para cima e para baixo que nem criança?// Criando vício em barras de cereal. Essa tentativa de vida saudável ainda me mata // E agora eu vou - até a Quarta de Cinzas...

Sempé

11:30 0 Comments »
Jean-Jacques Sempé, "À Genoux", 2005.
Porque a vida, no fim das contas, é isso.

Et Caetera (poema)

12:32 2 Comments »
E o pior de tudo nem é sentir raiva
dor, medo, ódio ou pena
ou então a vontade pura e simples
de jogar o infeliz aos crocodilos

O pior nem é ouvir a sagrada ladainha
direitos isso, pena capital aquilo,
de que adiantam trinta anos? Melhor seria
optar pelo gás na câmara - e pronto, finito!

Pior é saber que chegamos ao momento
em que até mesmo o nosso ódio e medo
e tudo o que isso nos agrega
virou tão-somente um "et caetera"

Ou seja: é tão ínfimo e inútil
que nem mesmo merece citação:
está lá mas não importa
porque nada altera, nada adiciona
nada cria, nada impulsiona.

Inspirado em um texto de Alexandre Inagaki.

Um cartum que tudo resume

11:40 1 Comment »
"Se questionarem
por que morremos
diga-lhes que foi porque
nossos pais mentiram"

Charge de Peter Brookes, publicada esta semana no "Times" de Londres.
Nada a acrescentar.

Mondo Mistral - pequena coleção de ditados

09:59 Posted In 0 Comments »
  • Na genial coleção de imãs de geladeira à venda na livraria do Espaço Unibanco: Viva a vida perigosamente - Faça pipoca com a panela aberta.

  • Na mesma coleção, frase do Lemiski que é um dos meus lemas: Só um palpite: dando tudo errado, grite.

  • No quadro de avisos de uma amiga: Não dou explicações - meus amigos não precisam, meus inimigos não acreditam e meus chefes não aceitam.

  • Do Coluche, comediante francês, a melhor definição de política que eu conheço: O mundo pertence aos que tem poder de veto.

Rádio Mistral FM: "Join Together"

11:33 Posted In 2 Comments »



Um amigo perguntou, certa feita: se sua vida fosse um seriado de TV, qual seria o tema de abertura? Essa canção é a minha resposta.

Melôs e outras memórias radiofônicas

12:40 3 Comments »

Sou viciada em música desde pequena. A família influenciou muito: aos seis ganhei uma vitrolinha dos meus avós; aos oito meus pais me presentearam com meu primeiro walkman, que só pegava rádio. Se me deixassem, eu dormia com o dito ligado a toda nas orelhas.

Era um reflexo do comportamento do pessoal de casa. Minha avó, quando ficou viúva, passava as noites em companhia de seu fiel rádio de pilha, escutando a Jovem Pan AM, para espantar a solidão. Meus pais até hoje tem o rádio-relógio que desperta a casa inteira aos berros.

As músicas que tocavam na rádio eram as que tocavam na novela e nos programas de TV - antes do advento da MTV, videoclipe era um troço que passava no Fantástico ou então em programas como o Japan Pop Show. Ou seja, era raro. Para ouvir música, só caçando a melodia à unha no dial. E você tinha que rezar para que o programador (não chamam de DJ) fosse do tipo camarada, porque senão eram as mesmas músicas o tempo inteiro.

Os lançamentos das novas canções de um artista eram uma celebração: vai tocar primeiro aonde? E toca descobrir e sintonizar no dia, para gravar a música na fita para não perder mais. Os discos eram caros desde aquela época, e muitas vezes o único acesso que se tinha era mesmo pelas ondas sonoras. E as fitas rodavam de mão em mão, até literalmente se gastarem.

Era o tempo das melôs (alguém além de mim e do Akamine lembra dos Housemartins e sua Build, vulgo 'melô do papel'?), das infames traduções ao vivo, das promoções malucas (teve uma em que o sujeito precisou medir a Av. Paulista inteira com uma escova de dentes), do locutor falando em cima da introdução, estragando qualquer chance de gravação decente.

Mas isso foi once upon a long ago. E eu nem sei se minha avó ainda dorme ao som da Jovem Pan.

Porque eu gosto da internet

09:27 1 Comment »
Por um motivo em especial: nunca mais precisar dizer a frase "parece que só eu gosto disso".

Porque eu posso ter um pouco de nostalgia do tempo das fitas cassetes e das informações caçadas à unha em fãs-clubes e revistas - mas eu não tenho a menor saudade de só ouvir o de sempre, de sonhar com aquela gravação ao vivo ou aquele disco raro. E não tenho nem um pouco de saudade das brigas de fã-clube, de rezar pelo disco importado e de ser considerada avis rara e motivo de chacota na escola.

Outro dia, no Orkut, trombei com uma comunidade de fãs do Charles Aznavour. Para minha surpresa, 70% eram de jovens entre 14 e 25 anos. E caras que conheciam bem o repertório do cara - que não ficavam só nas canções de praxe. Gente que estaria isolada em seu mundo antes, com os fones de ouvido, achando que nunca encontraria uma alma para falar sobre Hier Encore ou For Me, Formidable.

Contra todos os pepinos do mundo virtual, essa pequena virtude. Está bom, por mim.

Redação: Dia de ir nadar

10:34 Posted In 5 Comments »
(em homenagem ao meu alquimista e sua série "Os nerds também malham")


O meu horário de trabalho é uma coisa meio (meio?!) exdrúxula - e por isso mesmo já desisti de explicar porque vou nadar durante a tarde, horário em geral reservado às crianças.

Aliás, é com elas que eu divido a piscina nesse horário - eu com uma raia e elas com duas, de seis disponíveis ; elas com pranchinhas e bolas e eu indo, sem fôlego, sem apetrechos e, de vez em quando, com inveja das pranchinhas.

No começo, confesso, achei que parecia coisa de desocupado ir nadar no meio da tarde, mas que se dane. As crianças são o máximo e não ter trânsito na raia é algo próximo do divino. E se vão dizer que sou dondoca, ora, aí é que eu incorporo a diva com maiô de oncinha e touca de strass mesmo (só mentalmente, claro - não suporto estampas de bichos).

O mais legal de tudo é ver a reação dos outros. Outro dia, na saída da ACM, uma das minhas coleguinhas de piscina (idade: oito anos) ia saindo com a mãe e me acenou, toda feliz. A mãe perguntou quem eu era e a menina, na lata, responde: "Ela faz aula de natação comigo!"

Deixo para vocês imaginarem a cara da mãe depois disso!