Vícios confessos, V

18:47 Posted In 0 Comments »
Papelarias.

Tem algumas que eu preciso ir sem carteira, sem cartão e sem ninguém para pedir dinheiro emprestado, senão abro falência.

E não precisa ser coisa chique. Quer me ver feliz? Me larga na Kalunga - saio de lá mais alegre que perua depois de fazer compra no shopping Iguatemi...e provavelmente com a mesma quantidade de pacotes!

Declaração de direitos

11:51 0 Comments »
Todo mundo tem direito a ficar enfurecido com alguma coisa trivial (mas não de matar alguém no processo de enfurecimento, isso nunca).

Direito a cantar e até dançar dentro do carro (espaço permitindo) se a música for boa.

E de se confundir em quantos idiomas bem quiser. E aprender tudo quanto é palavrão e gíria nos idiomas que lhe convém.

Todos têm o direito de se esconder de vez em quando. De chorar no banheiro. De esmurrar a parede, de mandar o chefe para onde se deve.

De rir de piada mórbida ou politicamente incorreta.

De pensar bobagem, de ler bobagem, de ver bobagem na TV - que o problema começa quando você só faz isso e atrofia o cérebro por vontade própria.

Deveria existir o direito de sair de casa sem pentear o cabelo de vez em quando! E de esquecer o celular ou a hora da janta!

E no mais, é necessário instaurar o direito de ser como se nasce sem que ninguém fique botando defeito. Já não é suficiente?

Enquanto isso...

11:46 0 Comments »
Eis-me aqui, debaixo de uma pilha sufocante de coisas a fazer e chatices a matar.

E ainda por cima o horóscopo não dá uma boa notícia aos aquarianos há dias (eu sou do tipo que só crê nos astros quando estão favoráveis).

Enfim, uma coisa de cada vez e sempre ouvindo música - quem sabe os pepinos terminam antes da minha paciência.

Rádio Mistral FM: Sache que je

11:33 Posted In 0 Comments »

Sache que je... // Saiba que eu...

(Jean-Jacques Goldman, no disco "En Passant" - 1997)

Há sombras no "eu te amo"
Nada senão amor, nada senão isso
Traços do tempo que se arrasta
Há um contrato nessas palavras

Você fala do amor em seu idioma
E para mim as palavras de nada servem
Se você precisa de frases reféns
como um selo num pergaminho...

Então saiba que eu...
Saiba
Saiba que eu...

Exite um morrer no "eu te amo"
Nos "eu só tenho olhos para você"
Morrer para o mundo, aos seus poemas
Não ler mais nada senão suas rimas

Uma estratégia injusta
Estas três palavras não afirmam nada
Existe uma pergunta no "eu te amo"
que demanda "e você, você me ama?"

Então, saiba que eu...
Saiba
Saiba que eu...

***

"Sache que je" é minha canção favorita de Jean-Jacques Goldman - e isso não é moleza de escolher, uma vez que o sujeito tem um repertório quilométrico (tanto de músicas que ele gravou quanto de músicas que ele escreveu para outros cantores). De certa maneira, eu o comparo a Pete Towshend - o olho clínico para as questões do amor, sem o lugar-comum que tanto incomoda...

Inverno

10:06 0 Comments »
Mesmo que aqui ele não seja tão forte, mas seco e meio sem graça
Mesmo que aqui ele seja apenas sinal do tempo que passa
Mesmo que todos o detestem, pois aqui é um país tropical
Inverno, eu te saúdo - seja bem-vindo, traga bastante frio!

Modo Randômico

17:22 0 Comments »
Diz o ditado que a gente é aquilo que a gente come.

Para mim, a ação é outra. A gente é o que a gente ouve. Eu sou do tipo que fuça coleções de CDs alheias, que pergunta sobre banda preferida, que mete o bedelho na estação de rádio quando anda de carro. A gente descobre muito sobre as pessoas desse jeito.

E eu sou do tipo que morre de rir quando descobre, no meio do metrô, alguém ouvindo a mesma música que você (ou porque o som tá alto ou porque o cara tá cantando junto).

Aconteceu isso hoje. Qual a possibilidade de duas pessoas estarem no mesmo vagão e relativamente próximas, em São Paulo, cantando quase ao mesmo tempo Bonnie & Clyde, do Serge Gainsbourg?

Confidencial: aos envolvidos no caos da organização

09:10 0 Comments »
It's easy in the confidence of a warm heart
to observe how other lovers criticise
When their turn comes to part
They grow uncivilised
Wasn't friendship going to carry us
When love ran out?
Didn't we know
What respect was all about?
But now it would seem
That's all forgotten
(I didn't want it to end like this)
And I don't even know (I didn't want it to end)
When we lost the way....
Oh no no no not me and you
Not we two
Oh no - didn't we agree
Parting would be painless?



E no entanto você diz que dói partir. Sorria - não é que eu esteja me mudando para Tuvalu, caramba!

Adeus, escudo do mundo

15:07 4 Comments »
Testando, finalmente, as lentes de contato.

Parece que jogaram areia nos meus olhos, mas tudo bem.

Só de não ter o peso dos óculos no meu nariz já vale todo o esforço.

Uma declaração

21:33 2 Comments »




Guardamos um sol
dentro de nós
Um fogo que nos acorda
apesar de tudo
apesar das dores do ontem
de repente, esperamos

Por acaso num dia
parecido com os outros
nos sentimos menos pesados
a vida nos traz
em um olhar brilhante
somente uma confissão a fazer

Eu só esperava por você
Somente por você
Eu já caminhei tanto
Eu venho de longe
O mundo era grande
e longo o caminho
Eu só esperava você
ninguém senão você
esperava sua voz
seus suspiros
Dê-me seu ar
que eu enfim respiro

Guardamos um pouco de ouro
no fundo d'alma
Mas o tempo devora
apaga a chama
Até esse dia de sorte
e, de repente, respondemos

Nossos olhos se preenchem
de outras cores
Será que vemos melhor?
Será que estamos melhores?
Quando tudo se torna tão claro
Só há uma confissão a fazer

Eu só esperava por você
Somente por você
Eu já caminhei tanto
Eu venho de longe
O mundo era grande
e longo o caminho
Eu só esperava você
ninguém senão você
esperava sua voz
seus suspiros
Dê-me seu ar
que eu enfim respiro

Eu só esperava por você.
.. .. ...

Mondo Mistral - Segunda-feira a todo custo

11:51 Posted In 0 Comments »
  • É tanta coisa para fazer que o espaço da agenda não foi suficiente: tem evento escapando para terça e quarta. Volta de feriado é assim mesmo.

  • Aos que gostam de rir e aos que gostam de ouvir gente falando em francês (e as duas coisas juntas, por que não?), esta semana tem a série "Humor à Francesa" no Centro Cultural São Paulo - comédias francófonas de graça e com legendas, de terça (12) até domingo (17). Mais informações aqui.

  • Tenho falado tanto ao telefone que não agüento mais o som da minha voz.

  • E ainda por cima tem a questão do sono - ou, melhor dizendo, a questão do excesso de sono em pleno horário comercial. Haja cafeína.

  • Andei fazendo uma lista dos dias em que os cinemas aqui perto fazem meia-entrada. Porque eu gosto de cinema, sinto falta de filmes decentes, mas não tenho grana para ir no fim de semana (e nem cara de pau para fazer carteira de estudante falsa!). Agora não tenho mais desculpa nenhuma.

Vícios Confessos, IV

22:02 Posted In 0 Comments »
Comerciais legais sempre me chamam a atenção. Se a trilha sonora é divertida, então, eu sou capaz de guardar a marca para sempre na memória. E cantar junto, sempre que me der na telha (exemplos: no chuveiro, em pontos de ônibus, mentalmente durante reuniões chatas etc).

Abaixo, dois exemplos britânicos, um de 2005 e outro deste ano. Em comum: reclames de montadoras de automóveis cujos jingles ninguém na minha casa consegue mais ouvir sem querer me esganar.





Honda - Hate Something, Change Something




Skoda - Full of lovely stuff

As férias da chefe

15:20 1 Comment »
Minha chefe estava de férias.

Um mês vindo trabalhar de tênis e jeans.

Um mês ouvindo música sem ninguém reclamando.

Um mês em que podia-se rir em voz alta.

E o trabalho fluiu sem ninguém mandar refazer doze vezes para ficar igual.

Minha chefe estava de férias.

Mas ela volta na segunda-feira.

E isso não tem a menor graça.

O que a situação política na AL me lembra

09:37 0 Comments »
There are fascists (Roger McGough)

There are fascists
Pretending
To be humanitarians

Like cannibals
on a health kick
Eating only vegetarians.

(Existem fascistas
fingindo
serem humanitários
Como canibais
preocupados com a saúde
só comendo vegetarianos)

Educação Sentimental

09:38 1 Comment »
Desenho de Ben, 9 anos - publicado aqui



Eu devia ter uns 16 anos quando ganhei meu primeiro grande aparelho de som, presente de aniversário muito bem-vindo (e que funciona até hoje, diga-se de passagem). Junto com o toca-CDs e fitas e rádio, meus pais colocaram no pacote uma cópia do "Sgt. Pepper". Era o ano do trigésimo aniversário do disco.

Nisso já foram mais dez anos.

"Sgt. Pepper" nunca foi o meu disco favorito dos Beatles (eu sou da turma que prefere o "Revolver"), mas é um dos que agregam mais lembranças positivas na minha memória: conseguir tirar "She's leaving home" no piano. Descobrir os sons por detrás do acorde elefantino de piano em "A day in the life" (e ensurdecer um pouco no processo). Identificar as figuras na capa (impossível, para quem tem a edição em CD).

Há tanto tempo. E ainda hoje, a mesma emoção aparece e não se dissipa. Se isso não é a qualidade principal de um clássico, o que mais poderia ser?