Notícias da nova residência

08:40 1 Comment »
Ainda falta ligar o gás, instalar internet e telefone - e a geladeira só chega na sexta (eu acho). Mas tendo microondas e pizzarias próximas, ninguém morre de fome // Ponto de ônibus próximo me deixa perto de tudo; metrô a dez minutos de caminhada; bairro japonês logo ali. Ou seja, estou instalada.// Os sofás que estão saindo pela hora da morte ou sou eu que estou sem grana, ou os dois ao mesmo tempo? // Chegaram a mesa e as cadeiras da sala. E uma poltrona para ler - na qual eu só consigo cochilar, de tão cômoda que ela é // E no mais eu estou adaptando o lugar ao meu modo de ver e viver, uma toca para chamar de minha no segundo andar de um prédio em algum lugar da cidade.

Janeiro 24

18:54 1 Comment »
Eu dei trabalho para nascer, de acordo com minha mãe: vim para o mundo adiantada, cordão enrolado no pescoço, com pressa para ver o que era aquele lugar barulhento que eu ouvia ainda na barriga da dona Maria do Carmo.

Apesar dos pesares, gostei do lugar barulhento e por ali fixei barracas. Já que cheguei, por aqui pretendo ficar por bastante tempo. Mais uma volta em torno do Sol e vamos embora. Não sou muito de festa, prefiro comemorar em silêncio. Ou pelo menos o máximo de silêncio que eu consigo fazer - o que, digamos, não é lá grande coisa...

Meu reino por um sofá

20:19 1 Comment »
Porque eu não tenho reino nem terreno - e do jeito que estão os preços, pelo visto também não hei de ter sofá tão cedo!

On se démenage 2 - Os móveis chegaram

20:29 1 Comment »
Móveis, com seus devidos montadores, chegaram hoje. Barulho a não mais poder, poeira a não mais poder - e, para meu azar, o chão de tacos riscou um tanto. Mas tudo bem - pelo menos o lugar está ficando com ar de "lar". É um ótimo começo, apesar de toda a balbúrdia.

On se démenage

12:53 2 Comments »
O apartamento só tem dois móveis no momento: dois criados-mudos feitos pelo avô do alquimista, além de um abajur doado de brinde. A antiga locatária colocou um espelho de camarim de teatro no banheiro. Não sei dos vizinhos, mas a senhoria (que mora no prédio) tem um poodle mudo. O prédio tem cinco andares, de frente para uma rua mais ou menos movimentada.

Alguns móveis chegam terça, mas só vão ser montados na quinta. Sexta-feira chega o colchão. Os sofás, sabe-se lá Deus. Tem ganchos para rede na sacada e uma escola de japoneses no prédio ao lado. Há pizzarias perto, viva!, porque o gás ainda não foi ligado (nem o telefone, muito menos a internet).

Ao que tudo indica, comemorarei meu 28o. aniversário em um novo endereço. Minha vida de cigana estaciona por cinco minutos - vamos ver como é que se faz!

Um viva aos (verdadeiros) padrinhos mágicos

17:15 1 Comment »
Não tem mau humor nem inferno astral que possam resistir a umas voltas de carro - e uns pastéis - com pessoas que te amam incondicionalmente. Mesmo debaixo de um pé d'água de proporções bíblicas.

Projeto para uma tatugem inexistente

10:38 1 Comment »
Por enquanto, sou contra tatuagens em mim - e a favor nos outros, sempre, porque alguns desenhos são obras de arte ambulantes. Tenho medo de acabar enjoando do desenho, se o visse todos os dias. Além disso, tenho medo do que aconteceria com uma tatuagem num corpo que envelhecerá - e sem grandes pretensões de cirurgia plástica, toxina botulínica e outros band-aids estéticos...

Porém, se um dia eu fizer uma tatuagem, será um kanji. Ou melhor, uma expressão que envolve kanjis: 訳し難い. Isso se lê yakushigatai e quer dizer aquilo que é difícil de traduzir.

Pode ser pretensão minha (e tudo bem se for), mas a expressão me explica deveras...!

Redação: O mundo não se explica

20:09 0 Comments »
Quanto mais eu tento acompanhar os fatos, mais os fatos me atropelam. E quanto mais eu tento traçar sentido, menos senso as coisas fazem. Então eu desisto, ou pelo menos eu descarto temporariamente. Eu não entendo direito nem como funcionam os semáforos de São Paulo, vou lá eu me meter a explicar a invasão de Gaza!

(se bem que eu sei explicar a invasão de Gaza. Eu estudei isso, afinal. Convivi com gente que veio de lá. Aprendi, porém, a dosar as explicações e ficar de bico fechado quando não o público não é receptivo. E, por falar nisso, se alguém quiser explicar como funciona o sistema de semáforos, eu aceito. Sou curiosa profissional).

Quando penso nessa tentativa de colocar as coisas mais ou menos nos eixos, eu penso em Sunset Boulevard - tanto o filme quanto o musical (um dos meus prediletos de todos os tempos). Às vezes eu sou uma cínica sem salvação como o Joe Gillis. Outras vezes eu tenho quilos de esperança para gastar, como Bettie Schaefer. Creio que em 90% do tempo eu tento equilibrar as duas personalidades. E nisso tento me entender com o planeta inteiro - ou pelo menos com as partes que aparecem com mais frequência na minha frente.

O mundo não se explica, o que não significa que eu não tento arranjar explicação para ele. É mais forte do que eu. E dia desses isso ainda vai me dar um nó cego nos neurônios!

Praticamente um crustáceo

14:03 0 Comments »
Andando para cima e para baixo pela cidade, nesse sol que racha até cimento, depois de passar doze meses em estado de céu nublado. Óbvio que ia dar encrenca. Eu, que nunca tive problemas para me bronzear nessa vida, estou que pareço um camarão de um metro e setenta.

O bom é que eu tenho com isso todas as desculpas do planeta para me entupir de mate gelado e sorvete - e que se dane a nutricionista. Sou gente desterrada e ainda por cima derretendo, caramba...!

Brincando de Indiana Jones

09:41 0 Comments »
Preciso trocar os meus documentos. E estou procurando apartamento.

E só não pego meu chapéu de Indiana Jones porque ele está perdido em alguma caixa da minha mudança.

Declaração

13:50 3 Comments »
Eu vou continuar escrevendo "idéia" e "odisséia" e todos os acentos e tremas que me derem na telha, pelo menos no que for para consumo interno (ou para os frilas que vierem com revisor). De que adianta padronizar os hífens se as palavras - as coisas mais importantes - continuam com significados diferentes ao redor da lusofonia?

Mondo Mistral - eu tive um sonho

11:05 2 Comments »
Estou há uma semana:

  • comendo aos montes, porque os parentes e os amigos - que me conhecem bem demais da conta - fizeram almoços e jantares e lanches com "todas as coisas que não tem na Inglaterra". Isso vale para churrasco, pudim de leite e panetone, entre outros (feijoada, comida japonesa e rodízio de pizza ainda estão pendentes).
  • derretendo toda vez que eu saio na rua.
  • procurando a BBC no dial do rádio.
  • estranhando a falta de coisas como "por favor" e "com licença".
  • estranhando a chuva.
  • estranhando que as ruas estão limpas.
  • estranhando o 16o. andar do prédio onde eu moro (Enio, é o mesmo prédio onde você morava aqui em Sampa!).
  • estranhando as pessoas falando português ao meu redor.
  • procurando curso de japonês na cidade (recomendações?)
  • me apaixonando pela neurose de Sampa City outra vez...