Redação: No caminho da creche

11:55 Posted In 1 Comment »
O meu ônibus passa em frente a uma creche da Prefeitura, bem conhecida lá na Mooca. O que significa que, de manhã, eu tenho a companhia constante das mães que vão deixar seus filhos por lá.

Nos últimos dias, por causa da onda de frio, tem acontecido um festival de gorros e casacos e narizes fungando na área de assentos reservados. Você pode até ignorar um idoso ou uma grávida (vai que ela só está gorda...), mas é impossível ignorar uma mãe com uma criança de quatro anos no colo, especialmente com um gorro chamativo e nariz fungando.

Criança chora. Se entedia. Quer falar com a mãe, com o motorista, com o passageiro do banco do lado. Querem sentar, querem levantar, querem sair correndo. Ou isso ou dormem até a hora do descer, quando então começa a choradeira. O cobrador dá bronca no ranzinza que reclama - porque sempre tem um que reclama: o senhor/a senhora não tem filhos? Se não tem, o senhor/a senhora já deu trabalho porque já foi criança, então bico fechado.

Quando descem todos na frente da creche e o ônibus segue seu sacolejo costumeiro, sempre fica a impressão de que o silêncio no coletivo é desproporcional e sem graça.

1 comentários:

Anônimo disse...

Quando eu crescer quero escrever assim.