Lest we forget

12:50 3 Comments »

Os britânicos (e os demais habitantes da Commonwealth) usam papoulas vermelhas na lapela nesta semana, celebrando o Dia do Armistício, 11 de novembro, quando terminou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. A flor é símbolo dos veteranos e dos que morreram em batalha, não só no conflito de 1914-1918, mas nas guerras seguintes.

Por que papoulas, exatamente? Porque nos campos de batalha do front ocidental, regados de sangue e de gases venenosos por causa das batalhas, brotaram milhões de flores após o fim do conflito - uma imagem poética que esconde anos de horror.

No dia 11, às 11 horas em ponto, a Grã-Bretanha pára. Literalmente - ninguém se mexe nas lojas, os ônibus estacionam aonde estiverem, pessoas na rua silenciam. E durante dois minutos, o silêncio reina absoluto. É um golpe para quem veio de um país onde "minuto de silêncio" é a coisa mais esculhambada que existe - e que não tem a cultura de lembrar-se de nada, quanto mais de guerras.

Quando penso nas papoulas nas lapelas de gente da minha idade (que talvez tenham um bisavô veterano, em algum porta-retrato perdido por aí), eu só consigo me lembrar de um poema do Siegfried Sassoon, britânico apesar do prenome alemão. Chamado Aftermath, o narrador pede no fim: "Have you forgotten yet?... /Look up, and swear by the green of the spring that you'll never forget."

E eu penso com meus botões: isso é o mínimo que podemos fazer.

3 comentários:

Anônimo disse...

CArol,
minha papoula foi tirada do armário, como todos os anos.
Lembranças...

BTW: pasta was great!
Nice family moment, uh???

Anônimo disse...

Sou aluno do seu alquimista e encontrei seu blog na alqumia dele, e reparei... Caramba como um casal pode ter o mesmo texto leve e simples, como só um bom texto pode ser...
Ps: Agora sou seu leitor hehehe

Anônimo disse...

"Papoula. O Sino de Deus"

Recebi agora de manhã, das mãos da minha netinha, Ana Carolina, que ainda vai fazer três aninhos, uma linda flor. Quando ela me entregou a flozinha disse-me, ter sido Jesus quem me deu. Fiquei muito emocionada. Não só por suas palavras, que caíram em meu coração envelhecido, pelas lutas dessa vida. Foi como se uma fonte de águas cristalinas, se derramassem sobre mim, lavando minha alma por nteiro. Mas também por tanta beleza, em uma coisa tão pequena. Minha filha, que é como um anjo em minha vida, comparou a Papoula, à um sininho. Meu genrro é quem está ensinando a pequena Aninha, a trazer, sempre que sai, uma florzinha para mim. Coisa que ela faz com muito carinho, e com um amor tão latente que realmente emociona. Sinto-me uma mulher privileigiada nesta vida.

Nesta manhã, aqui, amanheceu um dia lindo! Agora, já está esfriando. E no entanto em mim, o dia continua lindo!!! Meu coração se derrama em agradecimentos à Deus por Ele ter me enviado essa mágnífica Papoula. Foi como se Deus, realmente tivesse tocado um sininho dentro desta manhã para me fazer pensar o quanto "Ele, tem cuidado de mim.

Eu fico pensando, que até hoje eu nem conhecia as papoulas!



Elci Moreira de Souza.

13/11/2008