Redação: Uma questão sangüínea

09:54 Posted In 1 Comment »
Eu estava preocupada com a possibilidade de não poder doar sangue aqui na Inglaterra. O questionário que o National Blood Service enviou era bem severo no fator "viagens ao exterior", especialmente nas Américas -- malária, doença de Chagas (aqui chamado simplesmente T. cruzi) e outras especialidades da casa. Eu sei que não tenho nada disso, mas até explicar que focinho de porco não é tomada...

No fim das contas, eis que aceitaram minhas hemoglobinas paulistanas, não sem alguns exames e consultas a um atlas médico tão bem detalhado, mas tão bem detalhado, que eu quis saber se podia comprar um para levar para minhas irmãs (não, não podia. Mas o enfermeiro perguntou porque eu queria um desses -- e isso serviu de quebra-gelo durante os exames).

De resto, foi tudo quase como no Pró-sangue do Hospital das Clínicas, exceto que o uniforme das enfermeiras aqui é azul-escuro, eu ganhei um adesivo escrito "Be Nice To Me - I Donated Blood Today" e um lanchinho de chá com biscoitos ao invés do famoso sanduba com suco do HC. A sensação engraçada de orgulho + dor no braço + tontura é a mesma em qualquer latitude, pelo que deu para perceber...!

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Se existe uma coisa para a qual eu faço campanha -- aliás, a única coisa para a qual eu faço camapnha -- é para convencer as pessoas a doar sangue. Sinceramente, fora por medo de agulha, não sei porque mais gente saudável não se candidata. Afinal, todo mundo reclama que o dinheiro está curto -- então, por que não ajudar sem precisar colocar as mãos no bolso? É só estender o braço e mandar bala. Não dói, não demora e você ainda ganha lanche, fora a sensação de "dever cumprido" que não tem dinheiro que pague. Então... por que não?

1 comentários:

João disse...

Anna, comente agora poderei voltar a doar. Sempre me disseram que eu não podia por haver sido contaminado pelo vírus da hepatite quando adolescente. Sempre tentei doar e por diversas vezes tive o meu sangue recusado. Mas agora, finalmente com um exame de sangue XPTO², conseguiram provar que meu sangue também era ok (pobre, porém limpinho).
Beijos