Atenção:

21:46 0 Comments »
Até que eu consiga resolver o que diabo anda acontecendo com o layout deste blog, favor seguir a leitura neste outro endereço.

Pela atenção, obrigada :)

Todo amor que existe nesta vida

20:33 1 Comment »
O segredo é bem simples: todo o amor que existe nesta vida cabe em um abraço - e não deixe que ninguém te iluda do contrário.

Posto que hoje é sábado

10:02 0 Comments »
A feira, o bunkyo, o almoço com os amigos no intervalo das aulas (todo mundo entupindo o corredor, armados de bentôs e simpatia), a volta para casa, um telefonema ou dois, as agulhas de tricô (fiz um presente, mas tenho que fazer o presenteado vestir o dito presente para ver se pelo menos desta vez acertei o comprimento das mangas), nada que preste na TV de novo, a parentada que me chama para filar a janta - pois vou - e assim por diante. 

É de calma que eu preciso. Só isso. 

Redação: minha primeira redação

21:48 Posted In 0 Comments »
Exames na escola de japonês neste mês. Prova escrita e prova oral. 

Na prova escrita: reconhecimento de kanjis (os poucos que aprendemos no semestre), reconhecimento de katakana (o alfabeto para palavras de origem estrangeira, como o meu nome - que em japonês se escreve アナ マルチノ), gramática simples: dizer as horas, saber apontar objetos e pessoas (dore? = qual?, dare? = quem?, doko? = aonde?), saber os advérbios corretos para os verbos. Eu estou me atrapalhando para dizer as horas, mas o resto está indo bem, de acordo com a professora.

O problema é o teste oral. Tenho que escrever - e ler em voz alta - uma redação sobre o meu dia.

Já fiz isso em francês e em inglês - e até que não fui tão mal, considerando a época, o vocabulário e o fato de não ter precisado aprender dois novos alfabetos para dizer que eu ia para a escola às sete da manhã e que jantava com meus pais e irmãs às oito da noite. E é preciso salientar que meu cotidiano zoneado de jovem adulta ficou até que bastante interessante, quando revestido de palavras francesas. 

Mas vai ser a primeira vez que irei escrever uma redação em japonês. E se eu errar o verbo e acabar indo para lugares que eu nunca imaginaria nem estar perto? E se eu errar a pronúncia e, ao invés de dizer que fui na padaria, acabar dizendo que meu pai é o presidente do Juventus? (isso pode ser perigoso: se fosse dizer que é presidente do Palmeiras, meu corinthianíssimo pai me expulsa da família).

Eu sei que a minha sensei vai corrigir a gramática antes - a prova oral só verifica a pronúncia e o posicionamento (a arte de cumprimentar e de ser elegante sem ser espalhafatoso, tão cara aos japoneses e que tanto dá trabalho para os não-nikkeis do curso). Mas estou me sentindo num vôo às cegas. Quem sabe onde meus erros vão acabar me jogando?

De repente, pode até ser divertido!

Frio!

09:07 1 Comment »
E descobri, de maneira empírica, que meu apartamento é um refrigerador disfarçado.

O que para mim não é exatamente um problema. Dois terços da cidade reclamando do frio e eu feliz da vida, levando meus casacos (de primavera) de Norwich para passear por São Paulo.

Que posso fazer? É questão de gosto. E um gosto raro, pelo menos neste lado da ponte aérea: se a onda de frio durar uma semana, mando imprimir um milheiro para agradecer aos santos a graça alcançada!

Voler

09:25 0 Comments »
Faz dez anos e mais um tanto, mas eu ainda me lembro. Eu estudava numa escola no Brooklin Novo, passava na frente do aeroporto de Congonhas todo dia na volta para casa. 

O professor de Geografia - era um barbudo fenomenal que só ficou um ano e pouco na escola - disse que estava tomando banho em casa quando escutou uma baita de uma explosão. Achou que tinha sido um botijão de gás ou qualquer coisa do gênero. Era o Fokker 100 da TAM que tinha desabado a quatro quarteirões da casa dele.

Naquele avião estava um amigo de faculdade do meu pai. A viúva desse amigo fundou a associação de vítimas de acidentes aéreos; às vezes você calha de vê-la na televisão. 

Nunca tive medo de andar de avião. Tenho bem  mais medo de andar de carro por São Paulo - opinião que às vezes é esculhambada pelos amigos. Mas é verdade: acidentes de carro eu vejo quase todo dia. Não tem como não ter medo de ser o próximo na lista.

Porém, não ter medo desses pássaros de lata não me faz deixar de sentir um grande peso no coração quando um deles tomba. Por tudo o que poderia ter sido, por todas as histórias com outro fim. E, no silêncio de quem observa o céu de inverno, eu penso neles e nos que esperam por eles, aguardando o ponto final. 

Liniers explica meu estado atual:

11:04 0 Comments »
É mais ou menos isso o que está me acontecendo...!

Continua o compasso

08:21 0 Comments »
Estou vivendo entrre uma entrevista e uma ida ao supermercado, um pulôver nas agulhas e gargalhadas no restaurante (aliás: o que acontece quando você junta doze estudantes de japonês, com apenas um parafuso preso entre eles, dentro de uma lamen house do tamanho de uma caixa de fósforos? O meu almoço no último sábado. E estranhamente não fomos expulsos do recinto!). Ou seja, respirando de pouquinho em pouquinho, quando volto para a superfície antes de mergulhar novamente.

No fundo...

08:45 1 Comment »
No fundo, essa vontade de não escrever nada - nem receita de bolo que me passam eu ando anotando- não é sinal dos tempos nem pânico prévio de tendinite (que andou me enchendo a paciência ultimamente).

É compasso de espera. E, cara, como esse compasso é chato.

Mas aprendi a respeitá-lo. Não adianta tentar forçar-se, o resultado sai pior ainda. Espera-se. E enquanto espero, aprendo observando o que está ao meu redor.

Nunca se sabe de onde vai sair uma nova história para contar.

Exemplo

15:29 1 Comment »
Eu definitivamente não sei o que as pessoas tanto vêem em mim para me transformarem em exemplo.

Pelo menos se fosse mau exemplo, eu até entenderia...!

"Pit stop!"

17:51 0 Comments »
Tem dias que eu me sinto o Guido, do filme "Carros". 



Tipo hoje, por exemplo...

Akirekaeru: surpreender-se, chocar-se

20:05 Posted In , 3 Comments »
Era uma vez duas famílias - uma de italianos, uma de japoneses. Os pais destas duas famílias eram compadres, padrinhos de batismo dos filhos uns dos outros, iam em casamentos e festas. Grandes amigos, apesar da distância - os japoneses moravam em Suzano, os italianos em São Paulo. 

O tempo passa, o contato se perde, os patriarcas morrem e as famílias se separam. Como costuma acontecer com todo mundo. Até que um dia...

Até que um dia, numa foto, minha mãe reconhece um rosto conhecido. O nome não deixa dúvidas - é a filha mais velha da família de japoneses de Suzano!

Ou pelo menos ela acha que é. O sobrenome é pior que "Silva" dentro da comunidade nikkei e o prenome da amiga também não é dos mais inéditos... Sobra para mim, claro, a pessoa que trouxe a foto: a agora senhora japonesa é a diretora do coral onde eu canto, à minha esquerda na imagem do grupo que saiu no último jornal da escola...

Toca perguntar no fim do ensaio. Que é que eu perco?

"Rosa sensei, a senhora por um acaso tem uma irmã chamada Masako? Sua família era de Suzano? Minha mãe quando solteira chamava Maria do Carmo Negrini, filha da dona Carmem..."

E a reação da minha sensei, emocionadíssima: "Minha madrinha!"

E nos olhos dela -  e da minha mãe quando eu confirmo que ela acertou - eu vejo o tal verbo misterioso, o akirekaeru: a grande e doce surpresa do reencontro improvável, depois de tanto tempo e tanta distância.

Diversas

21:22 2 Comments »
  • Almoço com Dra. Tosca, que me conhece desde a sexta série do antigo ginásio. No restaurante, provavelmente eu e os garçons éramos os únicos sem registro no CRM - e eu duvido um pouco dos garçons... Mas é sempre divertido rir - e ela é uma das poucas pessoas no planeta que consegue me fazer gargalhar sem grande esforço. Ainda bem que ela não tira proveito disso para dominar o mundo ou coisa do gênero. Ela seria capaz... Afinal, do que não são capazes os psiquiatras?

  • Quando até o Eduardo Suplicy é pego com a mão no cofre, seria caso de fechar o país e deixar a chave no vizinho. Permanentemente. 

  • Chuva demais, chuva de menos - o país inteiro com sinais trocados. A sensação de não poder ajudar é o que mais me irrita.  A sensação de que minha (hipotética) ajuda acabaria sendo embolsada no caminho, porém, irrita bem mais.

  • Preciso arranjar um bom livro para ler. Algo inédito. Porém, quanto mais folheio possíveis escolhas na livraria, menos me animo. E quando acho algo legal, o preço é sempre um assalto. Alguém aí recomenda alguma coisa para uma fã de coisas como O Morro dos Ventos Uivantes  e meio catálogo de romances vitorianos?

3 Na Copa, o retorno

13:47 Posted In 0 Comments »
Mais um 3 na Copa no ar - desta vez até com foto da equipe do programa. Está melhorando a olhos vistos - ou ouvidos, no caso...

E se você tem um caso engraçado de Copa do Mundo, conte para a gente no site do programa que a gente espalha!

Uns dias de esporte

08:57 1 Comment »
No feriado, fomos em tropa para o Museu do Futebol fazer pesquisa para o 3 Na Copa. A idéia era gravar o programa lá dentro, mas sem chances nem autorização da assessoria de imprensa. Então, visita de turista, com direito a tirar fotos e fuçar a lojinha (muito bem fornida) do museu.

Sou paulistana nascida e criada e nunca tinha entrado no Pacaembu. Pois bem, entrei e vi e até que gostei - só não me chamem em dia de jogo, que eu sou corinthiana mas de suicida não tenho nada.

No dia seguinte, dia de confraternização do curso de Japonês, numa chácara em Arujá. Gincana, J-Pop, dança típica, apresentação de um grupo de taikô (percussão nipônica - só o maestro, por falar nisso, era descendente), churrasco e bingo - fiquei por um número no prêmio da primeira rodada, um pacote contendo um lindo conjunto de chá e um kit para origami, que obviamente me atraiu mais do que o conjunto de chá. 

Sou filha de italiana com libanês, mas até que me misturei bem à comunidade nikkei. Claro, na hora de fazer fila por ordem de tamanho na gincana eu vou automaticamente para o fim da fila, mas isso não atrapalha muito.

E  no domingo, final do Campeonato Paulista. Fui com o alquimista para um bar tranqüilo com telão e providenciais bolinhos. Foi conforme o planejado - pelo menos desta vez!

Porque em teoria eu sou corinthiana, mas o médico mandou que eu não passasse mais tantos sustos...!

Saudades

16:40 1 Comment »
Eu sinto saudades de umas coisas meio bobas, às vezes. Da minha bicicleta na Ânglia, que eu sempre teimava em amarrar com trocentas correntes no poste (até o dia em que eu quase perdi a chave das correntes). De uma torta de côco maravilhosa que eu não consigo mais lembrar onde eu comi. Dos risoles do Di Cunto, que eu não sei porque diabos mudaram a receita (e ainda por cima esquentam  no microondas! Isso lá é coisa que se faça?).

Eu sei, o motor humano é movido a saudades. Já diz a canção que nomeia este blog: o Tempo é um assassino que leva risadas em troca de lembranças. Mas isso não alivia o estranho peso no coração.



Em obras!

12:39 2 Comments »
É favor utilizar capacetes e luvas ao ler este blog - estou reformando de novo!

(sim, é um layout psicodélico. Eu estou precisando de cor).

Apenas para dizer que...

18:44 0 Comments »
...fui bem na prova de Japonês.

...tem programa novo no 3 Na Copa.

...estou procurando histórias de Copas do Mundo. Você já assistiu uma final no hospital, em um velório ou no motel? Já passou por aperto ou briga por causa de jogo? Já apostou em algum azarão - e ganhou? Passa lá no site e conte - estamos colecionando causos para os próximos programas.
Negrito
...os ensaios do coral vão indo bem. Não sou mais a grandalhona da casa (entrou um tenor mais alto que eu), mas continuo sendo a única "brasileira" no coro.

...eu tenho que arrumar esse blog mas não estou com a menor vontade.

...estou ainda procurando emprego fixo e isso tem me deixado num mau humor filho da mãe.

...o Corinthians ganhou o primeiro jogo da final e os vizinhos estão celebrando. Ninguém dorme na Aclimação hoje, pelo visto.

...a onda de frio que prometeram bem que podia chegar logo.

...fora isso tudo, tá tudo bem.

Sinceramente e por aí

10:17 1 Comment »
Escondida numa toca de coelho durante todo o feriado, estudando para a prova no curso de Japonês neste sábado.

Preciso ir bem, porque acho que atropelei o exame oral. Tenho motivos para achar isso: lembrei de algumas coisas, esqueci de outras, tremi feito bambu, mantive a postura e quase morri de rir com um colega que resolveu "ajudar" lembrando que eu podia desmaiar sem problemas - o hospital era logo na esquina. 

Ou seja, um approach bem italiano ao idioma nipônico. Posso ter ganho no aplausômetro, mas é melhor eu gabaritar a prova escrita por via das dúvidas!


Em cima da minha mesa, neste exato momento:

14:28 0 Comments »
O telefone celular. A carteira, vazia como de costume. A pasta do curso de Japonês (tem prova no sábado). As partituras do coral (ensaio sexta-feira). Meu abajur em formato de Lampadinha. A almofada que eu tricotei já vai fazer um mês (eu tenho que colocar o enchimento e pregar uns botões - cadê que eu lembro de fazer isso?). O bloquinho de anotações com as últimas do frila a terminar. Vidros de tinta para a caneta-tinteiro. Uma caixa com os meus cartões de visita, outra com o carregador do Aspirina, meu walkman. Uma carta de amiga de Norwich, que me atiça um pouco mais a saudade.

E em frente a organizada zona, eu, olhando distraída pela janela. 




Uma notícia que não vai mudar a economia nem o possível resultado das semifinais do Campeonato Paulista, mas que me deixou profundamente feliz hoje:

08:38 1 Comment »
O sofá da sala finalmente chegou. 

Ah, as alegrias de não precisar mais receber visitas nos banquinhos da cozinha! 

Redação: Uma família aos domingos

11:34 Posted In 2 Comments »
Esta Páscoa foi a primeira vez em muito, muito tempo em que minha família completa se reuniu para almoçar. Estamos falando aí de vinte e duas pessoas, fazendo o barulho esperado de uma família de raiz italiana.

É bola de futebol rolando na sala, gente se acotovelando perto da TV, é superlotação na cozinha. É festival de besteira e piada, é conversa paralela no meio da mesa, caldeirões de molho de tomate e falta de espaço na geladeira. E um festival de travessas - cada residência tem as suas e todas se misturam na grande zona (por falar nisso, acho que levei para casa uma travessa de vidro da minha mãe...!).

O espírito da Páscoa é o do renascer para uma vida nova e plena. Mais ou menos o que me acontece por dentro ao rever minha família reunida.

Uma bolsa

22:23 1 Comment »
O último resultado da minha terapia com agulhas:  uma bolsa para carregar compras.

Meio torta no topo, mas para um primeiro projeto solo (sem receita nem orientação de ninguém) está mais que bom. E, oras, ela cumpre perfeitamente sua função: foi ao supermercado e voltou bem cheia, sem derrubar nenhum item no caminho (e sem arrebentar alças ou fundos pelo meio da rua). 

Sensação engraçada, essa de andar na rua com algo que você mesmo fez. Dá até para sentir orgulho por uns cinco minutos...!

Diversas

21:09 Posted In , 0 Comments »
  • Mais um programa 3 na Copa no ar - agora com domínio próprio e até email de contato, coisa chique! Estamos ainda aparando arestas - afinal, dois terços dos apresentadores nunca tinham apresentado nada em rádio antes - mas está indo cada vez melhor.

  • Se você tem um goleiro favorito - pode ser porque era muito bom, ou muito ruim, ou muito espalhafatoso - entre em contato com a gente no site do programa e ajude a montar a nossa pauta para a próxima quinzena.

  • Coisas legais da vida: receitas novas, desafios em tricô e calças jeans recém-chegadas da costureira - onde foram apertadas na cintura para caber novamente na dona. 

  • Páscoa na esquina. De certa forma, ainda bem. Mais uma cabeçada que eu dou nos estandes de ovos de chocolate do supermercado do bairro e o gerente vai me expulsar de vez do recinto!

Cantando outra vez

19:06 Posted In 4 Comments »
É prático juntar dois gostos numa atividade só - mesmo que os gostos não estejam na média nacional, digamos. Foi assim que eu virei a atração principal da noite de hoje, ao ser a cantora mais alta (e única brasileira - por assim dizer) no ensaio do coral da Aliança Cultural Brasil-Japão. 

Se eu não aprender a ler hiragana agora, não aprendo nunca mais: não tem outro jeito de ler as partituras. Claro, tem músicas brasileiras no repertório, mas o forte são as tradicionais nipônicas... que eu obviamente só conheço de orelhada. Vou ter que estudar duas vezes mais por um motivo bem simples: justamente por ser a mais alta da casa, não tem como me esconder atrás das sopranos se não conseguir entender a letra!

Agora em versão falada

22:30 Posted In 1 Comment »
Senhoras e senhores: anuncio o mais novo podcast da residência. Junto com Dárcio Ricca e Ricardo Senise, estou tagarelando sobre as elminatórias da Copa do Mundo 2010 (e futuramente sobre a dita Copa da África do Sul) no programa de rádio 3 na Copa.

É minha primeira experiência no gênero, mas estou com gente que entende: Senise já comanda há um tempão o 5 a 1 - Cinco Músicas e um Pretexto. Já Dárcio é um dos caras que mais entendem de futebol nesta cidade. E eu, bom, vocês ouçam aí e tirem suas conclusões.

O programa piloto - tentando explicar o sistema das eliminatórias ao redor do mundo -  já está no ar. Aceitam-se vivamente comentários, sugestões de pauta e propostas de patrocínios! 

Os álbuns

17:27 1 Comment »
(para ser lido ao som de "Les Épices du Souk du Caire", do Bénabar)

Álbuns antigos dão sempre aquele susto: fulano tinha um cabelão!, a fulana ainda namorada o ciclano; caramba, onde foi parar o beltrano? Eu não sabia que eu era parecida com minha irmã médica até que, numa foto do meu álbum de casamento, aparecemos as duas de perfil. Só dá para saber quem sou eu porque noiva não tem como errar: é a de branco com o arranjo na cabeça!

Fotos dos pais, pior ainda. Outro dia, mandaram os arquivos da minha tia, falecida recentemente. Coisas do tempo em que meu pai tinha um cabelão e minha mãe quase não tinha sobrancelhas (era a moda na época). O álbum de casamento deles é engraçadíssimo, mesmo que sem querer: meu tio tinha uma franja que deixaria qualquer emo enciumado; hoje nem cabelo ele tem direito...

Em trinta anos, tem um monte de gente que casou, descasou, se descobriu gay, mudou de cidade (até de país). Tem os agora falecidos - e isso dá uma ponta de tristeza nas lembranças. Tem cabelos horrorosos, roupas esquisitas, gente com quem nem falamos mais. As fotos são ao mesmo tempo museu e altar, uma homenagem ao nosso passado que nos formou (e também deformou). 

Só espero daqui a trinta anos rir (e chorar um pouco) com o que meus álbuns me mostrarem. 

Mas hein?!

07:31 0 Comments »
Eu achei que era delírio de sono - assistir treino às três da manhã, depois de um dia de cão, dá nisso. Mas parece que não, não era delírio, e o Barrichello sai na segunda posição com o carro-fantasma (branca daquele jeito, a Brawn não merece outro apelido).

E lá vamos nós para mais uma temporada de F1. Que o sono não me deixe perder a corrida!

Visto por aí

19:08 2 Comments »
Uma lotérica na estação Barra Funda do metrô, chamada "Adeus Patrão". 

As orquídeas da floricultura do lado do meu prédio, de cores e formatos surpreendentes.

A pilha imensa de lição de casa para terminar (faltei na aula da semana passada, deu nisso).

Origamis de coelhos para enviar aos amigos de Norwich pela Páscoa, todos espalhados pela mesa sem ordem alguma. 

Preciso de cores para sobreviver - é questão simples. De todos os tons e de todas as matizes. Eu sou praticamente um musical em Technicolor esperando para acontecer.

Sons

08:41 Posted In 1 Comment »
A máquina de lavar nos fundos do apartamento. Os ônibus passando na frente do prédio. Alguém quebrando a calçada em frente ao posto de gasolina da esquina (pararam agora há pouco). 

No fundo da minha cabeça, uma canção. 

Cenas de um casamento

19:37 0 Comments »
A cerimônia foi num sítio no interior. Daí que os amigos decidiram sair em carreata a partir do Tatuapé. Digamos que administrar 20 pessoas em oito carros em plena manhã de sábado não foi moleza, mas foi engraçadíssimo.

Tinha uma penca de sítios para casamentos e festas no caminho - logo, uma penca de placas com nomes de noivos indicando o caminho, uma com certa frase encorajadora: "Não desista, é por aqui mesmo!"

Um dos padrinhos quase foi parar no altar com o recibo do aluguel do terno pendurado na manga.

A noiva chegou no sítio ao som do Tema de Darth Vader - que é para não deixar dúvidas de nada.

Durante a celebração, hora dos noivos ajoelharem...e descobrirem que alguém escreveu nos solados do sapato do noivo: "AGORA VAI". Nem o padre conseguiu segurar o riso.

Ponto para o padre, aliás, ao chamar os noivos pelos apelidos - nem as mães dos respectivos nubentes chamam-nos pelo nome que consta na certidão!

Aliás, o uso da palavra "nubente" foi tema de acalorada discussão na mesa do almoço. E provavelmente um dos poucos assuntos da mesa que podem ser citados num blog familiar.

O pai de um grande amigo dançou o twist e abalou geral. A mãe de outra amiga botou todo mundo para dançar o "Celebration". Uma convidada tomou um tombo, mas pegou o buquê.

Bem-casados excelentes. Convidados exaustos, mas felizes. Como todo casamento deve ser.

Constatação

15:23 0 Comments »
A vida fica bem mais fácil quando se tem uma escrivaninha só para si.

Símbolos da Páscoa

09:39 0 Comments »
No Brasil, são os coelhinhos e os ovos nos supermercados - outro dia, estava tão distraída que dei uma cabeçada em meia dúzia deles, expostos naqueles "tetos" bem tentadores perto da seção de congelados (que é para aproveitar o frio das geladeiras - não há chocolate que resita ao nosso fim de verão). 

Na Inglaterra, a Páscoa vem junto com a primavera, quando a neve se manda e o sol finalmente dá as caras por mais de duas horas ao dia. Logo, o símbolo da época são os narcisos - em inglês daffodil - que são as primeiras flores que nascem na estação. De repente, por onde quer que você olhe, os jardins estão saturados de amarelo e branco, contrastando com o azul do céu. Depois de quatro meses de frio intenso, a alma canta ao ver as flores.

Tenho sonhado com narcisos ultimamente. Para mim, são a mais pura imagem da ressurreição: a vida que retorna após o longo inverno, às vezes nascendo com toda a força, impossível de refrear ou adiar, no meio da neve que se recusa a ir embora.

(foto do Woodsy, via Stock Exchange)

Coisas que me inspiram

08:09 1 Comment »
Música, sempre - as que eu sempre ouço e as que eu de repente escuto e me apaixono. Ultimamente ando escutando muito Harry Chapman, um narrador musical ótimo.

Quadrinhos. Descobri uma rede de quadrinistas franceses (eles que são uma pátria de aficcionados por HQs, que lá são bandes dessinés, ou BDs) e estou rindo e amando quase tudo. Começa pelo blog da Gally e vá seguindo os "liens" (links) à direita da página para descobrir os outros autores. Nem precisa falar francês para entender.

As flores que estão caindo das árvores no parque perto de casa. Poesia em movimento.

Uma visita ao aeroporto - já pararam para pensar que cada pessoa ali tem uma história para contar?

As vitrines da rua Galvão Bueno, na Liberdade. Agora que estou entendendo um tantinho mais de japonês, fico horas decifrando os ideogramas nas placas. Alguns eu até acerto, poxa...

E finalmente vem chegando o outono, minha estação favorita do ano. Enfim um pouco de folga para minha alma!

Rádio Mistral FM: "Pull Marine"

11:17 0 Comments »


Isabelle Adjani - os olhos mais belos do cinema - cantando uma canção de Serge Gainsbourg, num clip de Luc Besson. O que me encanta para além de qualquer palavra.

11:20 1 Comment »
Sinal de que aqui moram dois nerds: os potes de tempero estão organizados pelo nome científico das plantas.

A vida tem dessas coisas

15:56 2 Comments »
Meu fornecedor de seriados japoneses legendados sumiu do YouTube. A fonte da minha reportagem saiu de férias e nem para avisar. O vizinho decidiu ouvir pagodão no último volume. O estacionamento da frente está consertando o portão há pelo menos duas horas (com umas marteladas que parece que o desgraçado está dentro do meu escritório).

Somando tudo isso, por favor queiram me encontrar debaixo da cama mais próxima, esperando desesperadamente o sábado.

Década

07:25 2 Comments »

Há dez anos eu tinha o cabelo bem mais comprido. Jardineiras jeans ainda estavam na moda. Você tinha acabado de se formar e eu tinha acabado de entrar na faculdade.

É engraçado pensar em como o tempo voa quando a gente está se divertindo. É clichê, mas todo clichê nasce de uma verdade: passaram-se dez anos e parece mesmo que foi ontem.

O mesmo amor - transmutado pelo tempo, mas de igual intensidade. Ainda aqui, conosco, por quantas outras décadas a gente tiver junto.

Terapia das duas agulhas

08:23 1 Comment »
Enquanto o tempo esfria lá fora (até que enfim!) e os problemas se acumulam em todos os cantos possíveis do apartamento, eu me ponho a tricotar. Coisa meio anacrônica, diriam, mas que posso fazer? Pelo menos isso me distrai - às vezes demais, a ponto de esquecer chaleira ligada e ignorar campainha que toca.

Mas é bem isso que eu preciso: distração total e barata, que não envolva eletricidade nem taxa de adesão.

Eu nem posso dizer que é coisa de avó, posto que minha avó só fazia crochê (e costurava - era sua profissão) e nunca me ensinou a colocar um ponto em agulha. Ela se surpreendeu, mas não muito, ao ver que eu tinha aprendido a tricotar lendo livros e vendo vídeos na internet. Ela meio que conhece a neta que tem.

Minha madrinha, que é uma dessas mulheres que fazem tricô, crochê, bordados, pintura e ainda dá aulas de Química, decidiu me ensinar a fazer blusas num método chamado "crochê tunisiano" - que é rápido e bem diferente, com a maior agulha de crochê já vista nestas bandas. Digamos que ela tem de paciência o que eu tenho de afobação: entre fazer e refazer barras e mangas já são quase um mês de briga com os fios. Ou seja: diversão garantida.

Já tenho outros muitos projetos na lista, o que irá garantir minha saúde mental pelos próximos meses - e a alegria dos armarinhos do Bom Retiro, que é onde vou comprar linhas. E se é mesmo anacrônico, que me passem as anáguas e os bobes para permanente, que eu não estou nem aí.

Retorno à casa dos pais

21:51 1 Comment »
É sempre um pequeno choque, visitar a casa dos pais após se mudar. Por mais que você reconheça os móveis e as manias - minha mãe e as velas pros santos, meu pai ouvindo o telejornal no último dos volumes - a casa não é mais sua. E isso causa um tanto de impacto.

Parece que o lugar encolheu. Ou isso ou então que encheram de cacarecos - aqueles que já estavam lá antes mesmo de você nascer e que você só reparou porque parou de vê-los todos os dias. Visitar a casa dos pais é estranhar a toalha nova na mesa e agradecer porque a louça é a mesma (a comida, também - aliás, a comida é sempre a mesma e você morre de saudade - por mais que negue).

O armário do meu antigo quarto já foi apropriado pela irmã mais nova (ainda que algumas roupas minhas estejam - provisoriamente - morando lá dentro). Eu não reconheço mais as estantes e acho engraçado ver que a outra irmã trocou de xampu. Elas ainda moram por lá. Eu já larguei a barca, mudei de país e de estado civil, em teoria não caibo mais naquela rotina.

Mas se eu olhar melhor, eu ainda estou ali. Eu vou sempre estar ali.

18:15 0 Comments »








De novo, Liniers. Nada a acrescentar.

Mondo Mistral: edição dança da chuva

10:06 Posted In 0 Comments »
  • Anteontem, num ponto de ônibus na Av. Doutor Arnaldo: gente disputando quase a tapa a sombra do telhado do cemitério. A coisa está mais feia do que acordar de ressaca.
  • O lago do parque segue enchendo - e o cheiro de peixe morto idem. Disseram que vão arrumar em até seis semanas, mas obviamente tenho minhas dúvidas...
  • Como manter o vício em café com um calor desses - e sem gostar tanto assim do Starbucks? Meu reino para quem me arranjar uma receita decente de frapê de café!
  • Aliás, meu reino para quem inventar uma dança da chuva eficiente, por favor.
Eu não gosto de calor, já deu para perceber?

O calor, ainda.

21:04 1 Comment »
Trinta e quatro graus na cabeça o dia inteiro, andando de um lado para outro na cidade. Vá tentar manter a linha (e a maquiagem no lugar!) com um forno desses...

Incidente internacional Incipiente

22:55 1 Comment »
O próximo amigo britânico que me disser que inveja o calor de Sampa City vai se ver comigo. Ah, se não vai!...

Acordando

08:30 1 Comment »

OK, de pé e (mais ou menos) operacional no momento. Sobrevivi ao Carnaval sem grandes traumas - graças aos parentes, amigos e - principalmente - à distância regulamentar de bagunça, como de costume.

Agora, toca arrumar a quinta-feira com gosto de segunda. Pelo menos a semana vai só até amanhã!

10:33 0 Comments »

Por favor, só me acordem na Quarta-feira de Cinzas, sim?

Mondo Mistral: Café!

21:19 Posted In 0 Comments »
Tem uma mercearia no quarteirão de cima. Uma mercearia que vende café moído na hora.

Como diria o alquimista, economizei dez anos de terapia só de sentir o cheiro dos grãos virando pó bem na minha frente. O supermercado que eu frequentei durante a infância tinha uma máquina dessas, meu xodó assumido. Ainda por cima, eu morava próxima à antiga fábrica da União, que deixava o bairro todo cheirando a café recém-passado.

Daí se entende a construção de um vício... O supermercado cresceu e desativou a máquina; a União mudou-se do bairro e vão construir um prédio no terreno da fábrica. E eu estava me contentando em comprar pó de café já moído até essa genial descoberta.

Vou virar freguesa da mercearia para garantir que a máquina de café deles continue funcionando por muito tempo. É questão de sanidade mental! (e também de gosto, confesso - o café é excelente!)

Os vizinhos de pista

20:07 1 Comment »
Ordens são ordens - e ordens de médico, pior ainda.

"Você precisa voltar a fazer exercícios!"

Concordo. Mas enquanto a grana não dá para ir à piscina, que diabos eu faço?

Bom, tem um parque perto do apê. E, uma vez que eu acordo com as galinhas mesmo, toca ir andar por lá.

Eu e meio bairro, pelo visto. Sete e meia da matina em dia de semana e a pista está bem cheia. Senhores orientais lado a lado com os futuros participantes da São Silvestre, madames com ar de esportistas, mamães com os carrinhos de bebê. As senhorinhas nikkey sempre de chapéu, mangas compridas e passo curto, em bando quase sempre. A tropa do tai chi num canto, um batalhão da Polícia Militar fazendo exercícios no outro. Crianças jogando futebol. Um ou outro dormindo no banco.

E eu no meio, fones de ouvido ligados e a imensa bolsa a tiracolo. Me divertindo muito com meus vizinhos de pista. Tanto que eu não sei se volto mesmo para a natação, onde o problema dos fones de ouvido ainda não podem ser resolvidos (iPods impermeáveis existem?) e onde não dá para conversar com o vizinho de raia, sob pena de engolir um monte de água e atrapalhar todo mundo...

Se não tem pão...

08:09 2 Comments »
...por que não fazê-lo?

Tem farinha, tem água e tem leite. OK, eu não sei usar esse fermento que precisa guardar na geladeira - na Inglaterra sempre usava um fermento seco, que vinha em sachês - tanto que todas as receitas que tenho não dão a quantidade do ingrediente em gramas, mas em número de saquinhos. Mas toca aprender.

Dissolver, misturar, amassar - a melhor parte de todas! -, esperar crescer, aquecer o forno, colocar o pão na forma, colocar a forma no forno, esperar loucamente e não se estressar se mesmo depois de uma hora o pão continua mais pálido que alemão de férias na praia.

O importante é que está bom.

E saber que cheiro de pão quente é o melhor calmante que inventaram na Terra.

Lição de casa

13:57 Posted In 1 Comment »
Tenho que fazer a lição de casa do curso de japonês. Lá fui eu, pois, sentar-me no cômodo silencioso da casa, para começar o trabalho pedido pela sensei.

Só que estou com um pequeno problema... Quem disse que eu sei fazer lição de casa?

Nem quando estava na escola eu fazia isso direito. Geralmente, como morava longe dos lugares onde estudava, fazia a "tarefa" na biblioteca da escola mesmo, enquanto não aparecia alguma alma para me buscar. Em casa, raramente sentava para estudar. Para isso tinha a sala de aula, ora bolas.

Mesmíssima coisa para cursos de idiomas, tanto o inglês quanto o francês. Eu treinava (e treino) à exaustão lendo os jornais e um monte de livros emprestados, ouvindo música, engolindo o dicionário se preciso for. Mas nunca consegui fazer os exercícios de gramática como todo mundo. Como é que eu consigo falar (e conjugar verbos!) é coisa que não cogito sequer imaginar.

Com o japonês, não estou aprendendo só um novo alfabeto e uma nova gramática. Estou aprendendo a sentar, pensar e estudar como alguém minimamente normal. Isso, pelo menos, até eu encontrar umas músicas legais para ouvir. Que me aguardem para ver os resultados...

Quando tudo parece que vai (ou está indo mesmo) para o vinagre...

08:21 1 Comment »

(com os devidos créditos para a reportagem da BBC sobre o pôster)

Das coisas que acontecem quando se vai arrumar o telefone mudo

11:47 Posted In 0 Comments »
Na fila para arrumar o celular, num shopping por aí. Uma hora, cronometrada no relógio e na impaciência crescente. Quando finalmente chego no balcão e estou a um passo de resolver tudo... Cai a luz do shopping.

Mais meia hora - por baixo - para resolver o sistema e o gerador. Mas dali eu não posso sair sem o telefone - por mais que eu odeie a idéia de celulares, infelizmente odeio mais ainda perder trabalhos por falta de contato.

Resolvido o telefone (e acalmados os ânimos exaltados depois do chá de cadeira), avisam que está chovendo feio lá fora. O jeito é ficar fazendo hora - se está chovendo, as chances de voltar para casa remando são consideráveis. Nisso aparece um amigo que não vejo há mais de ano, com a família. Um café, um monte de conversa, um monte de piadas, ficamos até que o shopping feche e a água baixe.

No dia seguinte, todo mundo com alguma história de horror para contar: carro alagado, jogo adiado, gente ilhada, o tal caos que sempre acontece nessas horas.

E eu que escapei de tudo isso porque estava na fila para resolver o meu telefone. Daí que eu decidi que nunca mais reclamo dele nem para mim mesma.

San Francisco

11:00 1 Comment »
Meu coração vai para lá, em silêncio.

Ela era uma dessas pessoas que não tem seu DNA, mas são mais família do que algumas pessoas que partilham seu sangue. Uma artista, uma entusiasta da vida, minha tia por aproximação.

Eu não sei para onde a gente vai depois que morre, se é que a gente vai para algum lugar. Hoje, eu quero acreditar que existe um céu bem confortável, onde toque Beatles e onde é servido nhoque com bastante molho e torta de abóbora. Porque sim.

Dr. Livingstone, eu presumo?

11:10 2 Comments »
Ainda explorando o bairro novo. Pelo menos já sei onde fica o ponto do ônibus, o supermercado, a pizzaria e o banco. Falta a lavanderia, a banca de jornal e o cabelereiro. Para ser parecido com a Mooca, só se o pessoal tivesse sotaque. E se a padaria não fosse tão cara!

Notícias da nova residência

08:40 1 Comment »
Ainda falta ligar o gás, instalar internet e telefone - e a geladeira só chega na sexta (eu acho). Mas tendo microondas e pizzarias próximas, ninguém morre de fome // Ponto de ônibus próximo me deixa perto de tudo; metrô a dez minutos de caminhada; bairro japonês logo ali. Ou seja, estou instalada.// Os sofás que estão saindo pela hora da morte ou sou eu que estou sem grana, ou os dois ao mesmo tempo? // Chegaram a mesa e as cadeiras da sala. E uma poltrona para ler - na qual eu só consigo cochilar, de tão cômoda que ela é // E no mais eu estou adaptando o lugar ao meu modo de ver e viver, uma toca para chamar de minha no segundo andar de um prédio em algum lugar da cidade.

Janeiro 24

18:54 1 Comment »
Eu dei trabalho para nascer, de acordo com minha mãe: vim para o mundo adiantada, cordão enrolado no pescoço, com pressa para ver o que era aquele lugar barulhento que eu ouvia ainda na barriga da dona Maria do Carmo.

Apesar dos pesares, gostei do lugar barulhento e por ali fixei barracas. Já que cheguei, por aqui pretendo ficar por bastante tempo. Mais uma volta em torno do Sol e vamos embora. Não sou muito de festa, prefiro comemorar em silêncio. Ou pelo menos o máximo de silêncio que eu consigo fazer - o que, digamos, não é lá grande coisa...

Meu reino por um sofá

20:19 1 Comment »
Porque eu não tenho reino nem terreno - e do jeito que estão os preços, pelo visto também não hei de ter sofá tão cedo!

On se démenage 2 - Os móveis chegaram

20:29 1 Comment »
Móveis, com seus devidos montadores, chegaram hoje. Barulho a não mais poder, poeira a não mais poder - e, para meu azar, o chão de tacos riscou um tanto. Mas tudo bem - pelo menos o lugar está ficando com ar de "lar". É um ótimo começo, apesar de toda a balbúrdia.

On se démenage

12:53 2 Comments »
O apartamento só tem dois móveis no momento: dois criados-mudos feitos pelo avô do alquimista, além de um abajur doado de brinde. A antiga locatária colocou um espelho de camarim de teatro no banheiro. Não sei dos vizinhos, mas a senhoria (que mora no prédio) tem um poodle mudo. O prédio tem cinco andares, de frente para uma rua mais ou menos movimentada.

Alguns móveis chegam terça, mas só vão ser montados na quinta. Sexta-feira chega o colchão. Os sofás, sabe-se lá Deus. Tem ganchos para rede na sacada e uma escola de japoneses no prédio ao lado. Há pizzarias perto, viva!, porque o gás ainda não foi ligado (nem o telefone, muito menos a internet).

Ao que tudo indica, comemorarei meu 28o. aniversário em um novo endereço. Minha vida de cigana estaciona por cinco minutos - vamos ver como é que se faz!

Um viva aos (verdadeiros) padrinhos mágicos

17:15 1 Comment »
Não tem mau humor nem inferno astral que possam resistir a umas voltas de carro - e uns pastéis - com pessoas que te amam incondicionalmente. Mesmo debaixo de um pé d'água de proporções bíblicas.

Projeto para uma tatugem inexistente

10:38 1 Comment »
Por enquanto, sou contra tatuagens em mim - e a favor nos outros, sempre, porque alguns desenhos são obras de arte ambulantes. Tenho medo de acabar enjoando do desenho, se o visse todos os dias. Além disso, tenho medo do que aconteceria com uma tatuagem num corpo que envelhecerá - e sem grandes pretensões de cirurgia plástica, toxina botulínica e outros band-aids estéticos...

Porém, se um dia eu fizer uma tatuagem, será um kanji. Ou melhor, uma expressão que envolve kanjis: 訳し難い. Isso se lê yakushigatai e quer dizer aquilo que é difícil de traduzir.

Pode ser pretensão minha (e tudo bem se for), mas a expressão me explica deveras...!

Redação: O mundo não se explica

20:09 0 Comments »
Quanto mais eu tento acompanhar os fatos, mais os fatos me atropelam. E quanto mais eu tento traçar sentido, menos senso as coisas fazem. Então eu desisto, ou pelo menos eu descarto temporariamente. Eu não entendo direito nem como funcionam os semáforos de São Paulo, vou lá eu me meter a explicar a invasão de Gaza!

(se bem que eu sei explicar a invasão de Gaza. Eu estudei isso, afinal. Convivi com gente que veio de lá. Aprendi, porém, a dosar as explicações e ficar de bico fechado quando não o público não é receptivo. E, por falar nisso, se alguém quiser explicar como funciona o sistema de semáforos, eu aceito. Sou curiosa profissional).

Quando penso nessa tentativa de colocar as coisas mais ou menos nos eixos, eu penso em Sunset Boulevard - tanto o filme quanto o musical (um dos meus prediletos de todos os tempos). Às vezes eu sou uma cínica sem salvação como o Joe Gillis. Outras vezes eu tenho quilos de esperança para gastar, como Bettie Schaefer. Creio que em 90% do tempo eu tento equilibrar as duas personalidades. E nisso tento me entender com o planeta inteiro - ou pelo menos com as partes que aparecem com mais frequência na minha frente.

O mundo não se explica, o que não significa que eu não tento arranjar explicação para ele. É mais forte do que eu. E dia desses isso ainda vai me dar um nó cego nos neurônios!

Praticamente um crustáceo

14:03 0 Comments »
Andando para cima e para baixo pela cidade, nesse sol que racha até cimento, depois de passar doze meses em estado de céu nublado. Óbvio que ia dar encrenca. Eu, que nunca tive problemas para me bronzear nessa vida, estou que pareço um camarão de um metro e setenta.

O bom é que eu tenho com isso todas as desculpas do planeta para me entupir de mate gelado e sorvete - e que se dane a nutricionista. Sou gente desterrada e ainda por cima derretendo, caramba...!

Brincando de Indiana Jones

09:41 0 Comments »
Preciso trocar os meus documentos. E estou procurando apartamento.

E só não pego meu chapéu de Indiana Jones porque ele está perdido em alguma caixa da minha mudança.

Declaração

13:50 3 Comments »
Eu vou continuar escrevendo "idéia" e "odisséia" e todos os acentos e tremas que me derem na telha, pelo menos no que for para consumo interno (ou para os frilas que vierem com revisor). De que adianta padronizar os hífens se as palavras - as coisas mais importantes - continuam com significados diferentes ao redor da lusofonia?

Mondo Mistral - eu tive um sonho

11:05 2 Comments »
Estou há uma semana:

  • comendo aos montes, porque os parentes e os amigos - que me conhecem bem demais da conta - fizeram almoços e jantares e lanches com "todas as coisas que não tem na Inglaterra". Isso vale para churrasco, pudim de leite e panetone, entre outros (feijoada, comida japonesa e rodízio de pizza ainda estão pendentes).
  • derretendo toda vez que eu saio na rua.
  • procurando a BBC no dial do rádio.
  • estranhando a falta de coisas como "por favor" e "com licença".
  • estranhando a chuva.
  • estranhando que as ruas estão limpas.
  • estranhando o 16o. andar do prédio onde eu moro (Enio, é o mesmo prédio onde você morava aqui em Sampa!).
  • estranhando as pessoas falando português ao meu redor.
  • procurando curso de japonês na cidade (recomendações?)
  • me apaixonando pela neurose de Sampa City outra vez...